Download: Discografia do Siba


clicar aqui para ter os quatro discos gravados pelo cantor e guitarrista.

Leia mais: Download: Bonifrate - Museu de Arte Moderna
Download: Bixiga 70 - Bixiga 70
Download: Cérebro Eletrônico - Vamos Pro Quarto
Download: Cícero - Sábado

Show completo: The Offspring - Rock in Rio (2013)


Setlist:

"All I Want"
"Bad Habit"
"Come Out and Play"
"Days Go By"
"Original Prankster"
"You're Gonna Go Far, Kid"
"Staring at the Sun"
"Kristy, Are You Doing Okay?"
"Want You Bad"
"Hit That"
"Why Don't You Get a Job?"
"Americana"
"(Can't Get My) Head Around You"
"Pretty Fly (For a White Guy)"
"The Kids Aren't Alright"
"California Sun"
"R.A.M.O.N.E.S."
"Self Esteem"



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Fim da MTV Brasil, lembranças e reflexões


O encerramento da MTV Brasil traz muitas coisas à tona. Não só lembranças afetivas daquele canal do início dos anos 1990, mas momentos de adolescente no computador em alguma sala de chat do canal ou torcendo por algum clipe legal passar no Disk. Enfim, tempos que não voltam mais.

O sentimento é de que um canal transgressor se vai, e isso significa o último suspiro desse tipo de programação na tela da família brasileira. A MTV Brasil teve de tudo um pouco, desde um jornalismo musical muito bom até o primeiro beijo gay. Nesta nova fase, de 2005 para cá, humoristas como Marcelo Adnet, Paulinho Serra, Dani Calabresa e Bento Ribeiro foram revelados fazendo um tipo de humor mais próximo da realidade – bem diferente do visto no Zorra Total e na Praça É Nossa, que têm seus méritos, mas não dialogam com todo tipo de faixa etária.

Na última transmissão ao vivo, coloquei no Twitter que erros de gestão somado ao desinteresse da Abril em continuar com o canal foram determinantes para o desfecho. Talvez. Uma emissora não fecha de graça. E muitas coisas precisam acontecer para o fim.

Na música, nas artes e na vida sempre existem casos de pessoas que envelhecem mal. “Fulano tem 40, mas tá com cara de 50”, já ouvi por aí. Talvez tenha sido isso. A MTV não soube envelhecer. À medida que a antiga audiência foi crescendo e abandonando o canal, uma nova geração foi surgindo e pedindo mais e mais. Mais interação, mais opinião, mais interesse em palpitar na programação. Como bem sabemos, deixar tudo na mão da audiência nem sempre dá certo.

Nos últimos cinco anos, a programação foi reformulada e os programas musicais voltaram, uma tentativa de corrigir erros. Gaía Passarelli, Chuck Hipolitho e China foram contratados para trazer a música novamente na programação, e a eles o humor seguiu como carro-chefe, pois contava com grandes nomes. Mas, nesses novos tempos, é difícil competir com YouTube, Google, Wikipédia, Twitter e Facebook. Todos os programas musicais eram bons e interessantes, mas foi o último sopro de uma possível retomada da música.

Nesta segunda-feira, o canal que conheci fecha. No dia seguinte, abre outro mais americanizado, mais terceirizado, e menos brasileiro, talvez. Sim, pois ser uma das últimas filiais a abandonar a independência e ser mais uma não é para poucos. Talvez dê certo essa TV mais pop, mais jovem e mais consumível entre uma geração que pouco vê TV e muito responde mensagens no celular.

Alguns VJs marcaram mais do que outros, alguns clipes marcaram mais do que outros, alguns programas marcaram mais do que outros. Desde a primeira fase de VJs até a fase das celebridades, passando pelo humor, tentou-se de tudo um pouco. Acertaram e erraram, faz parte.

A nostalgia sempre bate e é uma pena ver um canal fechando, e agora a MTV será tão enlatada quanto esses outros canais de música atuais. Mas uma coisa é certa: essa nova nunca será a minha MTV, a que conheci e aprendi a gostar lá em meados dos anos 1990, e ajudou a abrir este espaço. Sim, acredito fielmente que este espaço só existe pelas aulas de música que via diariamente somados a clipes e novidades.

Fim de uma era, eu diria.



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Muse e a tentativa de dominar o mundo
Bruce Springsteen e a crise no rock de verdade no Brasil

Discos para história: Pronounced 'lĕh-'nérd 'skin-'nérd, do Lynyrd Skynyrd (1973)


A 18ª edição do Discos para história fala do primeiro álbum de estúdio do Lynyrd Skynyrd, chamado Pronounced 'lĕh-'nérd 'skin-'nérd, trabalho que colocaria a banda como inventora do southern rock.

Trilha sonora: Rocky - Um Lutador, por Bill Conti (1976)


Por Júlia Mariano

A trilha sonora da semana não é de uma estreia, mas de um clássico do cinema. Rocky - Um Lutador [1976], é a história boxeador (Sylvester Stallone) medíocre que trabalha como cobrador de um agiota, que tem a chance de enfrentar Apollo Creed (Carl Weathers), o campeão mundial dos pesos-pesados, após o campeão ter a ideia de dar oportunidade a um desconhecido como golpe publicitário. Mas Rocky decide treinar de modo intensivo, sonhando apenas em terminar a luta sem ter sido nocauteado pelo campeão.

Sylvester Stallone escreveu o roteiro em apenas três dias, após assistir uma luta de boxe em que o desconhecido Chuck Wepner se mantinha afastado do campeão Muhammad Ali.

Bill Conti (que ganhou o Oscar de Melhor Música por Os Efeitos - Onde o Futuro Começa, em 1984) compôs a trilha sonora, incluindo “Gonna Fly Now”, tema principal do filme. O compositor também é responsável pela trilha sonora das sequências Rocky II, Rocky III, Rocky V e Rocky Balboa.

Confira o soundtrack:

1- "Gonna Fly Now" (Theme from Rocky)
2- "Philadelphia Morning"
3- "Going the Distance"
4- "Reflections"
5- "Marines' Hymn/ Yankee Doodle"
6- "Take You Back"
7- "First Date"
8- "You Take My Heart Away"
9- "Fanfare for Rocky"
10- "Butkus"
11- "Alone in the Ring"
12- "The Final Bell"
13- "Rocky's Reward"


*Júlia Mariano é cofundadora das Organizações Morais & Mariano e vai escrever neste espaço toda quinta-feira (ou sexta).

Show completo: Rob Zombie - Rock in Rio (2013)


Setlist: 

"Meet the Creeper"
"Superbeast"
"Super-Charger Heaven"
"Living Dead Girl"
"Never Gonna Stop (The Red, Red Kroovy)"
"More Human Than Human"
"Scum of the Earth"
"Mars Needs Women"
"Demonoid Phenomenon"
"Dead City Radio and the New Gods of Supertown"
"Thunder Kiss '65"
"Dragula"

Show completo: Autoramas & BNegão - Rock in Rio (2013 )

Crédito da foto: Facebook/ Rock in Rio

Setlist:

"Abstrai"
"I Saw You Saying (That You Say That You Saw)"
"Walk On The Wild Side"
"Queimando Tudo"
"Psycho"
"Funk Até o Caroço"
"Robot Rock"
"Let's Groove"
"O Giro (Auto Boogie)"
"A Verdadeira Dança do Patinho"
"Essa é Pra Tocar no Baile"
"Kiss"
"1,2,3,4"
"Você sabe"
"Surfin' Bird"

RIP MTV Brasil (1990 – 2013)



Foi-se o primeiro canal destinado ao público jovem no Brasil. Entre erros e acertos, a MTV Brasil proporcionou grandes momentos na minha vida – desde os desenhos e clipes até a fase de humor, com programas do estilo Piores Clipes do Mundo até o Furo MTV, Último Programa do Mundo e o Overdose nesta fase mais recente. Enfim, o canal que me ensinou a gostar de música morreu. Nasce outro, mas nunca veremos nada parecido. 

Tchau, MTV Brasil.

Resenha: Alice in Chains - The Devil Put Dinosaurs Here


Em 2002, o Alice in Chains perdeu seu carismático vocalista. Layne Staley foi mais um desses casos em que o vício em drogas superou o talento e gosto pela música. A banda perdeu um grande nome, mas não desistiu de retomar os trabalhos depois de quase uma década parada.

Após um show com William DuVall como vocalista, o que era apenas uma apresentação virou convite oficial. E esse convite virou o surpreendentemente bom Black Gives Way to Blue, de 2008. Três anos depois, no SWU, DuVall mostrou ali que poderia cumprir um bom papel como vocalista do Alice in Chains.

Quatro anos depois de um LP que gerou divisão entre os fãs, um grupo mais confiante e entrosado voltou ao estúdio para gravar The Devil Put Dinosaurs Here, segundo disco com o novo vocalista e quinto trabalho da banda em 23 anos. O novo álbum começa com “Hollow”, uma baita pedrada, mostrando todos muito afiados. Destaque para guitarra de Jerry Cantrell, melhor do que nunca.

“Pretty Done” tem toda uma influência do Black Sabbath, admitidamente uma das influências deles. Ao lado do Soundgarden, o AIC chegou muito perto do som feito por Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Já “Stone” conta com uma linha de baixo incrível de um início de um álbum muito promissor.

Sem o peso das primeiras canções, “Voices” traz um grupo mais pop na melodia, mas com uma letra pesada – característica do estilo de composição de Cantrell. A música título do LP traz o ar sombrio novamente, e pega pesado com a religião no refrão (The devil put dinosaurs here/ Jesus don't like a queer/ The devil put dinosaurs here/ No problem with faith just fear).

“Lab Monkey” mantém a pegada, mas aqui falta alguma coisa – talvez um pouco menos de técnica e mais alma –, caso semelhante ao de “Low Ceiling”. A próxima faixa, “Breath on a Window”, é uma das melhores, colocando todo potencial de DuVall para fora em um vocal mais suave e tranquilo, necessário para acompanhar esse novo grupo.

O tom baixo também está presente em “Scalpel”, a primeira balada em nove músicas, muito diferente de “Phantom Limb”, pesada ao extremo e, pelo tom da letra, fala de Layne Staley como um “membro fantasma” do AIC. E ainda tem o tom épico da faixa com mais de sete minutos. Por fim, “Hung on a Hook” e “Choke” encerram com músicas um pouco abaixo da maioria, mas isso não tira o resultado positivo da audição.

The Devil Put Dinosaurs Here é um trabalho bom e está dentro da expectativa de quem perdeu um compositor e cantor muito acima da média. Não, nunca mais teremos o velho AIC de volta. Staley morreu há mais de dez anos, e isso não vai mudar. Mas é interessante saber que todos estão interessados e focados em lançar coisas novas sem esquecer o que foi feito em um passado glorioso de sucesso e reconhecimento. No novo trabalho de uma banda com 25 anos de estrada pelo, vemos algo mais refinado e melhor tecnicamente do que antes, sinal de que a maturidade musical veio com a idade.

Não, William DuVall nunca representará Layne no palco ou nas gravações, porém é melhor ver alguém comprometido em não manchar o histórico de um importante grupo e acrescentando um novo tipo de vocal e uma dinâmica fora dos padrões, dando ânimo e vitalidade aos outros membros. Isso tudo é melhor do que muito cantor/banda caça-níquel por aí.

Tracklist:

1 – “Hollow”
2 – “Pretty Done”
3 – “Stone”
4 – “Voices”
5 – “The Devil Put Dinosaurs Here”
6 – “Lab Monkey”
7 – “Low Ceiling”
8 – “Breath on a Window”
9 – “Scalpel”
10 – “Phantom Limb”
11 – “Hung On a Hook”
12 – “Choke”

Nota: 3,5/5

Documentário: Stone Temple Pilots w/ Chester Bennington - High Rise EP


Depois das músicas, sempre vem um documentário. Agora é a vez do Stone Temple Pilots.

Documentário: Lightning Bolt, por Danny Clinch e Pearl Jam


Filme de quase nove minutos sobre o novo disco da banda que sai dia 15 do próximo mês.

Show completo: Paul McCartney - iHeartRadio Festival (2013)


Setlist:

"Magical Mystery Tour"
"Save Us"
"Let Me Roll It"
"Everybody Out There"
"Another Day"
"New"
"Lady Madonna"
"Live and Let Die"

4 em 1: Toro Y Moi, Adam Green & Binki Shapiro, Daniel Johnston e Mutantes

 
Toro Y Moi – Anything In Return

Projeto de Chazwick Bradley Bundick, o Toro Y Moi é conhecido por colocar indies para dançar em músicas animadas e felizes, e é muito bom no que se propõe a fazer. De resto, Anything In Return não tem nada que surpreenda, nenhuma novidade, apenas mais do mesmo.

Nota: 2/5




Adam Green & Binki Shapiro - Adam Green & Binki Shapiro

Ex-Little Joy, Binki Shapiro uniu forças com o diretor, artista plástico e músico Adam Green em um disco que leva o nome da parceria, e eles trazem a vibe do grupo que contava com Rodrigo Amarante, ex-Los Hermanos, e Fabrizio Moretti, baterista do Strokes. O resultado é um disco muito bem feito com músicas delicadas e agradáveis.

Nota: 3/5




Daniel Johnston - Space Ducks

Trilha sonora de um desenho do mesmo nome, Space Ducks é mais uma criação do gênio Daniel Johnston. Com participações de Eleanor Friedberger, Fruit Bats, Lavender Diamond, Unknown Mortal Orchestra e Deer Tick, o grande guitarrista e compositor misturou pop e psicodelia no melhor estilo Sgt. Peppers, e fez um disco ótimo.

Nota: 4/5




Os Mutantes - Fool Metal Jack

Os Mutantes foi uma das grandes bandas brasileiras entre os anos 1960 e 1970, mas não é há muito tempo. Hoje, nada mais é que Sérgio Dias e vários músicos contratados, e transformou-se em música para inglês ver. Por incrível que pareça, a única faixa que realmente funciona é “Eu Descobri”, cantada em português. No resto, são apenas canções razoáveis.

Nota: 1,5/5

Show completo: Ghost B.C - Rock in Rio (2013)

Crédito da foto: Facebook/ Rock in Rio

Setlist:

"Infestissumam"
"Per Aspera ad Inferi"
"Con Clavi Con Dio"
"Prime Mover"
"Secular Haze"
"Stand by Him"
"Genesis"
"Year Zero"
"Ritual"
"Ghuleh/ Zombie Queen"
"Monstrance Clock"

Resenha: Nine Inch Nails – Hesitation Marks


Antes de qualquer coisa, temos que entender que o Nine Inch Nails, na figura de Trent Reznor, constrói álbuns conceituais, em que temas como política, religião, drogas, sexo, depressão, medo, morte e outras coisas não são tratadas de forma simples. Não existe como ouvir um disco do NIN apenas uma vez para entendê-lo.

De longe, o NIN é uma das grandes bandas dos últimos 20 anos graças ao seu inquieto fundador. Reznor é uma das figuras mais emblemáticas do rock atual – seja em desafiar gravadoras para ter o controle de sua obra, seja para entrar de cabeça em projetos psicodélicos modernos (How Destroy to Angels), seja para defender o uso da tecnologia na música. Ele pode ser taxado de tudo, menos um cara que abandona suas convicções.

Após os independentes The Slip e Ghosts I–IV, a banda retorna a uma gravadora grande, a Columbia, para lançar Hesitation Marks, oitavo álbum de estúdio em 22 anos de carreira – o próximo ano será de comemorações, já que completam 20 anos de The Downward Spiral, primeiro sucesso do grupo.

O novo trabalho começa de maneira sinistra com "The Eater of Dreams", que dá a mão para iniciar “Copy Of A”, unindo o que existe de melhor no eletrônico com experimentalismo no atual momento da música. Uma grande faixa que conta com as participações do incrível baixista Pino Palladino e de Lindsey Buckingham, vocalista do Fleetwood Mac, na guitarra. Aliás, participação não falta neste novo trabalho.

Depois temos “Came Back Haunted”, outra boa canção e que lembra muito How Destroy to Angels, novo projeto paralelo de Reznor em que ele une forças com sua mulher Mariqueen Maandig e o produtor Atticus Ross. Tem um clima bem soturno de rock industrial, uma das marcas da carreira do compositor e guitarrista. Já “Find My Way” tem uma pegada mais religiosa, mostrando que, com quase 50 anos, é possível ter questionamentos sobre a vida. Quem nunca pediu perdão por um erro? É o que a letra diz.

Então vem a surpresa com “All Time Low”, uma mistura entre rock e rap. Uma tentativa, na verdade, porque não ficou boa. Se é uma tentativa, deu errado; se é uma vontade, espero que passe logo. Na sequência, “Disappointed” tem uma batida mais repetitiva – se fosse um minuto mais curta seria melhor –, mas o uso da guitarra no refrão é algo que poucos têm capacidade para fazer hoje em dia.

Depois vem a péssima “Everything”, que deve soar melhor ao vivo do que no álbum, já que é a mais pop de todas. Voltando ao NIN de raiz, temos “Satelite”, com uma guitarra soturna com os sintetizadores unidos para fazer outra boa canção. A voz distorcida dá o tom em “Various Methods of Escape”, outra faixa pop bem ruim. Será uma tentativa de aproximação a outro público?

Bom, se é não sei, mas não vão conseguir com “Running”, a mais alternativa de todas as canções. Uma piração no melhor estilo Sonic Youth, ou qualquer banda alternativa dos anos 1990 tipo o... Nine Inch Nails. “I Would For You” não é boa, nem ruim; é apenas ok, enquanto em “In Two” temos uma canção épica, que vai crescendo enquanto avança, o que também não é essas coisas.

Mas o clima é totalmente quebrado com “While I'm Still Here”, bem mais lenta e pensante, e ela emenda com “Black Noise”, dando um clima depressivo e ainda mais soturno ao final de Hesitation Marks.

Gosto muito dessa mistura entre eletrônico e rock proporcionada pelo Nine Inch Nails. Diferente de outras bandas, Reznor usa a tecnologia como complemento do trabalho, não como muleta, construindo batidas e melodias interessantes e complexas. O resultado na maioria das vezes é bom, mas não foi o caso de Hesitation Marks, cheio de altos e baixos, e não é difícil cair em uma sequência de canções abaixo do que guitarrista fez em sua carreira.

Se o início do disco é bom, a parte final é muito ruim, e há músicas desinteressantes e longas em excesso. Mais enxuto, com duas ou três faixas a menos, seria um álbum muito bom, rivalizando com os trabalhos dos últimos anos. Como diz um amigo, até os gênios falham.

Tracklist:

1 - "The Eater of Dreams"
2 - "Copy of A"
3 - "Came Back Haunted"
4 - "Find My Way"
5 - "All Time Low"
6 - "Disappointed"
7 - "Everything"
8 - "Satellite"
9 - "Various Methods of Escape"
10 - "Running"
11 - "I Would for You"
12 - "In Two"
13 - "While I’m Still Here"
14 - "Black Noise"

Nota: 2,5/5

Show completo: Bruce Springsteen - Rock in Rio (2013)

Crédito da foto: Facebook/ Rock in Rio

Setlist:

"Sociedade Alternativa"
"Badlands"
"Death to My Hometown"
"Spirit in the Night"
"Hungry Heart"
"Born in the U.S.A"
"Cover Me"
"Darlington County"
"Working on the Highway"
"Downbound Train"
"I'm on Fire"
"No Surrender"
"Bobby Jean"
"I'm Goin' Down"
"Glory Days"
"Dancing in the Dark"
"My Hometown"
"Shackled and Drawn"
"Waitin' on a Sunny Day"
"The Rising"
"Land of Hope and Dreams"
"Thunder Road"
"Born to Run"
"Tenth Avenue Freeze-Out"
"Twist and Shout"
"This Hard Land"

Download: Bonifrate - Museu de Arte Moderna

clicar aqui e ter mais um disco brasileiro na sua coleção.

Show completo: Iron Maiden - Rock in Rio (2013)


Setlist:

"Moonchild"
"Can I Play with Madness"
"The Prisoner"
"2 Minutes to Midnight"
"Afraid to Shoot Strangers"
"The Trooper"
"The Number of the Beast"
"Phantom of the Opera"
"Run to the Hills"
"Wasted Years"
"Seventh Son of a Seventh Son"
"The Clairvoyant"
"Fear of the Dark"
"Iron Maiden"
"Aces High"
"The Evil That Men Do"
"Running Free"

Show completo: Alice In Chains - Rock in Rio (2013)

Crédito da foto: Facebook/ Rock in Rio

Setlist:

"Them Bones"
"Dam That River"
"Hollow"
"Check My Brain"
"Again"
"Man in the Box"
"Nutshell"
"Rain When I Die"
"We Die Young"
"Stone"
"Down in a Hole"
"Would?"
"Rooster"

O rock messiânico de Bruce Springsteen

Crédito da foto: Facebook/ Rock in Rio

Relutar em escrever um texto é uma das piores coisas que podem acontecer com quem gosta de escrever sobre determinado assunto. Por mais insistente que a ideia de não falar sobre o feito de Bruce Springsteen no Rock in Rio, fui vencido pela emoção do momento dos maiores de todos os tempos.

O que aconteceu no sábado na Cidade do Rock não foi apenas um show. Se o que ele faz é show, temos que arrumar outro adjetivo para descrever o que aconteceu nos quatro dias antes da subida de Bruce ao palco. Diferente de todos os outros, talvez menos o Metallica, o cantor e guitarrista exibe uma naturalidade incrível em cima do palco. Correr várias e várias vezes pelo palco, ir ao público, chamar fãs para subir no palco, enfim, tudo parece muito fácil para esse senhor de quase 64 anos. E é. Com 40 anos de carreira, ele sabe agradar quem veio de longe para vê-lo soltar clássico atrás de clássico.

Springsteen subiu no pedestal dos grandes da história do rock há muitos anos com suas letras contestadoras e emocionantes, mas ele mostra que continua sendo um dos nossos. Se existe alguém no rock que gera incrível identificação, este alguém é ‘The Boss’. Ele fala da crise econômica, fala de momentos de aflição da vida, fala sobre coisas comuns, coisas palpáveis para quem vive o cotidiano das 8h às 17h e contas a pagar. E como americano que é, ele sabe todos os defeitos e qualidades de seu povo, e transmite isso muito bem.

Não é difícil ver fãs o idolatrando pelo mundo – um exemplo disso é uma moça que completou a 99ª vez assistindo Bruce Springsteen. E, nos tempos atuais em que as entrevistas são muito ensaiadas e a música é cada vez mais descartável, esse senhor de meia idade traz um pouco de esperança com sua espontaneidade e carisma no palco.

Quem viu pela TV falou “em apresentação épica”, “melhor show do ano”, entre outros elogios. Quem foi na apresentação em São Paulo ou no Rock in Rio falou em “épico”, “fantástico” e “inesquecível”. E quem não conhecia garanto que foi no site pirata de sua preferência para baixar a incrível discografia de Springsteen que tem folk, gospel, country, blues e rock. Sim, ele foi capaz de ir se reinventando dentro da própria cultura musical americana. Por exemplo, no disco Born in the USA é possível encontrar tudo isso em um dos discos mais incríveis já feitos na música.

Não é difícil admirar Bruce por sua trajetória musical ou por seu envolvimento com a política, ou por suas atitudes fora do palco. Ele se envolve com os fãs, chama para cantar, abraça, beija, afaga. Se ele fosse político, seria desses que votaríamos apenas por isso, pela aproximação com o povo. ‘The Boss’ se rebaixa e fica no mesmo nível do público, algo muito difícil de ver nos dias atuais.

Caso você tenha um dinheiro sobrando, ou tem planos de viajar para o exterior, não perca a oportunidade de ver Bruce Springsteen no palco. É uma catarse única e imperdível para quem gosta de música e acredita que pode ter a vida mudada depois de uma apresentação como o encerramento do Palco Mundo no último sábado. Como disse antes, ele nunca vai te desapontar.

Discos para história: Dirt, do Alice in Chains (1992)


A 17ª edição do Discos para história fala de Dirt, segundo trabalho de estúdio do Alice in Chains, que também fazia parte da cena grunge de Seattle no início dos anos 1990 e, liderado por Layne Staley, fez muito sucesso ao lado de Nirvana, Soundgarden e Pearl Jam.

Show completo: Metallica - Rock in Rio (2013)


Setlist:

"Hit the Lights"
"Master of Puppets"
"Holier Than Thou"
"Harvester of Sorrow"
"The Day that Never Comes"
"The Memory Remains"
"Wherever I May Roam"
"Welcome Home (Sanitarium)"
"Sad but True"
"...And Justice for All"
"One"
"For Whom the Bell Tolls"
"Blackened"
"Nothing Else Matters"
"Enter Sandman"
"Creeping Death"
"Battery"
"Seek & Destroy"

Trilha sonora: Elysium, por Ryan Amon


Por Júlia Mariano

Elysium, novo filme do diretor Neill Blomkamp (Distrito 9), chega aos cinemas. A trama se passa em 2159, quando o mundo é dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência. Por um lado, a secretária do governo Rhodes faz de tudo para preservar o estilo de vida luxuoso de Elysium, por outro, um pobre cidadão da Terra tenta um plano ousado para trazer de volta a igualdade entre as pessoas.

O elenco conta com Matt Damon (Os Infiltrados [2006]), Jodie Foster (Contato [1997]), Alice Braga (Na Estrada [2012]), Wagner Moura (Saneamento Básico [2007]) e Diego Luna (Milk: A Voz da Igualdade [2008]).

Composta pelo estreante Ryan Amon, a trilha sonora foi lançada em agosto e está disponível na Amazon.

Tracklist:

1 - "Heaven and Earth"
2 - "Fire Up The Shuttle"
3 - "Unauthorized Entry"
4 - "Deportation"
5 - "Darkness"
6 - "Things to Come"
7 - "You Said You’d Do Anything"
8 - "A Political Sickness"
9 - "Arming Projectile"
10 - "Zero Injuries Sustained"
11 - "I’d Like Them Dead"
12 - "You Have No Idea"
13 - "The Raven"
14 - "Let the Girls Out"
15 - "I Don’t Want to Die"
16 - "Matilda"
17 - "Step Aboard"
18 - "Heading to Elysium"
19 - "Keep Them Busy"
20 - "When He Wakes Up"
21 - "We Do the Hanging"
22 - "Kruger Suits Up"
23 - "The Armory"
24 - "I’m Right Behind You"
25 - "Fire and Water"
26 - "The Gantry"
27 - "Breaking a Promise"
28 - "Elysium"
29 - "New Heaven, New Earth"



*Júlia Mariano é cofundadora das Organizações Morais & Mariano e vai escrever neste espaço toda quinta-feira (ou sexta).

Resenha: Franz Ferdinand – Right Thoughts, Right Words, Right Action


Há dez anos ouvimos falar de Franz Ferdinand e seu animado álbum de estreia que leva o nome do grupo. Junto com Keane e The Killers, os escoceses apareceram como novidade na época em que o hip-hop dominava as paradas e a cabeça dos jovens em 2003.

O Keane virou uma banda que não faz medo; o Killers quer dominar o mundo ao melhor estilo Queen. Já o Franz segue fazendo que sabe melhor: colocar todos para dançar. Se You Could Have It So Much Better, de 2005, é uma continuação do primeiro trabalho, Tonight: Franz Ferdinand, de 2009, carrega toques de eletrônico e é um disco muito interessante pela mudança de sonoridade.

Quatro anos depois do último álbum, a banda retornou com material inédito e lançou Right Thoughts, Right Words, Right Action, quarto LP em dez anos – média muito boa de um a cada dois anos e meio. O novo trabalho começa com a animada “Right Action”, colocando todo mundo para se mexer sem dó, nem piedade, logo de cara. “Evil Eye” aparece como a “Thriller” dos indies: assustadora, mas excelente para dançar – o clipe é uma bela homenagem aos filmes de terror B.


“Love Ilumination” é single e tem cara de canção que estará em um futuro Greatest Hits do FF certamente. Aqui, e nos outros discos, a destacar o riff criado para acompanhar o andamento. E nada de diminuir o ritmo na quarta música, e “Stand On The Horizon” poderia estar, tranquilamente, em Tonight..., já que é a mais eletrônica de todas as dez que estão no disco.

Primeira mais leve, “Fresh Strawberries” é uma balada com uma linha de baixo bem legal e segue bem calma – nem parece o Franz Ferdinand das primeiras músicas. O agito volta com “Bullet” e seu refrão que teima em não sair da cabeça mesmo uma semana após a audição de Right Thoughts... Outra que tem um solinho de guitarra bem legal é “Treason! Animals.”, que tem uma pegada diferente de todo álbum e tem uma cara sombria como “Evil Eye”.

Em “The Universe Expanded” temos algo muito do eletro-indie do LCD Soundsystem ao tunar a voz e colocar uma ou duas guitarras na batida, dando certo agito após o início mais calmo e denso. “Brief Encounters” lembra a trilha sonora de filme de terror B, mostrando que existe uma temática por trás do quarto álbum de estúdio da banda. “Goodbye Lovers & Friends” encerra o álbum de maneira melancólica, quebrando todo clima de festividade no início.

Duas coisas sobre este disco: a primeira é que o Franz Ferdinand descobriu a fórmula para agradar indies de todas as idades. Basta colocar quatro ou cinco músicas dançantes, umas baladinhas, refrão fácil e grudento em todas as canções e pronto, está tudo feito.

A segunda é que o bom Right Thoughts, Right Words, Right Action é tudo que a banda da Escócia sabe fazer de melhor. Ou seja, eles retornaram o ritmo dos dois primeiros álbuns. Para qualquer artista, mesmo feito com muita competência, repetir-se é uma armadilha perigosa, pois causa acomodação e limita-se apenas a um tipo de fã. E mais dois discos iguais, o Franz Ferdinand vira o AC/DC dos indies. Mas como eles não querem dominar o mundo como seus contemporâneos do Killers, nem perder a relevância como o pessoal do Keane, seguir fazendo o sabe, e sabendo das consequências, é sempre bom. Se é para ser pop dançante, que dancem, então.

Tracklist:

1 - "Right Action"
2 - "Evil Eye"
3 - "Love Illumination"
4 - "Stand On The Horizon"
5 - "Fresh Strawberries"
6 - "Bullet"
7 - "Treason! Animals."
8 - "The Universe Expanded"
9 - "Brief Encounters"
10 - "Goodbye Lovers & Friends"

Nota: 3,5/5

Download: Bixiga 70 - Bixiga 70


Basta clicar aqui para ter no seu aparelho de preferência o segundo disco do Bixiga 70. Você pode baixar de graça, comprar o CD e/ou LP. Olha que beleza.

Show completo: Alicia Keys - Rock in Rio (2013)


Setlist:

"Karma"
"You Don't Know My Name"
"Listen to Your Heart"
"A Woman's Worth"
"Un-Thinkable (I'm Ready)"
"Try Sleeping with a Broken Heart"
"Fallin'"
"I'll Be There for You / You're All I Need to Get By"
"When It's All Over"
"Limitedless"
"Unbreakable"
"Brand New Me"
"If I Ain't Got You"
"No One"
"New Day"
"Girl on Fire"
"Empire State of Mind, Part II: Broken Down"

Trilha sonora: Rush - No Limite da Emoção, por Hans Zimmer

Resenha: Pixies – EP-1


O Pixies é dessas bandas que a maioria das pessoas com mais de 25 anos gostam bastante. É alternativo, não é nada comercial e é música de verdade, com guitarras altas, baladas lindas e melodias inesquecíveis. Mas o destino é cruel, e a banda acabou no início dos anos 1990, bem no auge do grunge, para retornar apenas em 2003.

A falta de material acaba sendo um problema para bandas que retornam às atividades após longa pausa, pois é normal voltar e basear o repertório nos antigos sucessos, mas, como diria um amigo, sempre bate uma coceira para fazer material novo. E é aí que mora o perigo do fim do hiato.

Banda consagrada que retorna corre risco de ter uma pequena mancha na carreira de enormes sucessos, diferente de grupos como Mudhoney e Teenage Fanclub, que nunca pararam a carreira e continuam fazendo discos muito bons desde os anos 1980. E de maneira surpreendente, o Pixies lançou a excelente “Bagboy”, primeira canção do grupo em dez anos – até rolou a piada de que, nesse ritmo, o LP de inéditas sairia apenas em 2063.

Mas não foi isso que aconteceu e, mais uma vez do nada, a banda lançou EP-1, disco que sucede Trompe le Monde, de 1991. E sem Kim Deal, que deixou o grupo no início de julho para dedicar-se 100% ao Breeders, banda que também voltou depois de certo tempo de inatividade. O novo disco tem “Andro Queen” abrindo os trabalhos, canção que tem uma batida militar na bateria e é baseada toda no violão, e a voz distorcida cria todo um clima intimista, mas isso não ajuda a ligar o modo Pixies.

Segunda faixa, “Another Toe in the Ocean” tem um bom andamento, e isso mostra que o Pixies consegue construir boas melodias, porém ainda é muito abaixo do esperado. As coisas melhoram e muito em “Indie City”, e aqui temos o que há de melhor em uma das grandes bandas do underground. Já “What Goes Boom” lembra o que há de pior da atual momento do punk – a única coisa que vale a pena é a melodia, mais uma vez espetacular.

Esse EP do Pixies é decepcionante, para falar o mínimo. As letras são muito fracas, e a melodia é o que salva esse trabalho de ser um fracasso completo. Sempre existem dois caminhos para um retorno: ou você faz um álbum completo, ou faz trabalhos curtos. O Pixies optou pelo último e se deu muito, muito mal na escolha do repertório. Se Kim Deal deixou a banda por diferenças artísticas, dá para entender o porquê de ela ter saído. E ainda bem que ela saiu, pois EP-1 é um trabalho sofrível.

Tracklist:

1 - "Andro Queen"
2 - "Another Toe In The Ocean"
3 - "Indie Cindy"
4 - "What Goes Boom"

Nota: 1,5/5

Download: Cérebro Eletrônico - Vamos Pro Quarto


clicar aqui e pronto, mais um disco de banda brasileira para você ouvir onde e como você quiser.

Show completo: Muse - Rock in Rio (2013)


Setlist:

"Supremacy"
"Supermassive Black Hole"
"Interlude"
"Hysteria"
"Panic Station"
"Plug In Baby"
"Stockholm Syndrome"
"Monty Jam"
"Feeling Good"
"Follow Me"
"Liquid State"
"Madness"
"Time Is Running Out"
"Unnatural Selection"
"Agitated"
"Uprising"
"Starlight"
"Survival"
"Knights of Cydonia"

Muse e a tentativa de dominar o mundo


O Muse entrou no Rock in Rio para encerrar os trabalhos do segundo dia da primeira semana do festival. E o trio formado por Matthew Bellamy, Christopher Wolstenholme e Dominic Howard mostrou que está disposto a dominar o mundo da música ao melhor estilo U2 sem a parte política da coisa.

Mesmo sem todo discurso emulado por Bono, eles têm o grave defeito de todo artista atual que deseja chegar ao topo: trata toda música como se fosse a última. Cheio de floreios, Bellamy é um grande frontman, sem dúvida, porém o exagero acaba tirando um pouco a graça de vê-lo. A discografia deles não é ruim, muito pelo contrário, e tem grandes momentos, mas o último disco, The 2nd Law, eles misturaram Queen, U2 e Daft Punk, e ficou bem ruim – os amigos do Geek Musical discordam.

O grande problema em tentar dominar o mundo é que você precisa abrir mão de várias coisas para massificar seu som e chegar ao maior número possível de pessoas. O Muse optou por isso ao tomar duas posições: a primeira é fazer um rock épico – ou ópera-rock –, transformando tudo em um grande momento, cheio de emoção e tocante, o que impressiona pela falta de referência atual.

A segunda foi entrar na trilha sonora da saga Crepúsculo. Se é para dominar o mundo e levar o som ao maior número de pessoas, natural que esse tipo de caminho seja tomado. Afinal, nada melhor, e mais fácil, para atingir um grande público do que fazer parte de um sucesso, mesmo de qualidade duvidosa, nos cinemas. Pronto, o caminho está traçado – é só ver pela quantidade de jovens na plateia do show do grupo no Rock in Rio.

Tudo que é alternativo e vira sucesso é questionado, não tem muito jeito. É assim desde sempre. O problema é perder um pouco da característica, caso do Muse. Eles melhoraram, sem dúvida, mas estão pagando o preço por isso. Matthew Bellamy não é Freddie Mercury, nem Bono, nem sua banda será U2, muito menos o Queen. Outro ponto é que várias bandas estão traçando o mesmo caminho da dominação mundial.

The Killers, 30 Seconds to Mars e Coldplay, todos eles caíram na armadilha U2 de tentar dominar o mundo. Deu nisso aí. O vocalista do primeiro pensa que é Freddie Mercury, o vocalista do segundo pensa que é Robert Plant, enquanto o último pensa que vai salvar o mundo dos feios e bobos. Fora que tudo soa artificialmente ruim, de um modo geral. Nada é muito original, e tudo é milimetricamente calculado para impressionar visualmente. Mas não adianta impressionar com os apetrechos se a música, o que realmente importa, é ruim.

Assim como Muse, já gostei mais das bandas citadas acima, principalmente quando eles chegaram e só tinham a música para mostrar, nada disso de dominar o mundo. É como tentar mostrar às pessoas que a fase da água do Mário é fácil, mas todo mundo sabe que não é. E não é fácil mostrar, e ter a aceitação, que sua música é boa, ainda mais quando o comparativo acontece com grupos que realmente dominaram o mundo, caso do U2 e do Queen – a parte a atual situação deles no cenário.

O projeto de dominar as paradas está em pleno vapor e não para tão cedo, e isso não é proibido, mas sempre lembrando que é para poucos. E bons.

Discos para história: Krig-ha, Bandolo!, de Raul Seixas (1973)


A 16ª edição do Discos para história fala sobre o primeiro disco de Raul Seixas. Com grandes músicas, Krig-ha, Bandolo! mostrou ao Brasil a parceria entre o cantor e Paulo Coelho, rendendo boas músicas que ainda fazem sucesso 40 anos depois.

Bruce Springsteen e a crise no rock de verdade no Brasil


Bruce Springsteen é um dos maiores nomes do rock desde os anos 1970, quando resolveu deixar um pouco a raiz folk de lado para apostar em rock de protesto e melodias belíssimas. O resultado é que The Boss, como é conhecido, virou referência não só em composições, mas também em como angariar público para lotar apresentações.

Recentemente, no site do jornal inglês ‘The Guardian’, saiu uma matéria sobre a relação de Bruce e seus fãs, e conta com uma aspa ótima: “Bruce confia em você, e você confiará em Bruce”, disse um dos milhares de espectadores do guitarrista. É isso. As letras dele dialogam com qualquer pessoa, de qualquer idade, gênero e grau social. 

As apresentações de Springsteen são loucas. Não existe setlist definido, tampouco existe padrão de músicas executadas. É sempre uma surpresa, fora que ele escolhe um fã que leva um cartaz com o nome de uma música – de qualquer artista –, e ele toca, sabendo ou não a melodia. Quantos shows já vi no YouTube de ele e a E Street Band ensaiando a canção na hora. E fica lindo, mesmo que saia errado. 

Bruce lota estádios e casas de shows pelo mundo, o que não seria diferente no Brasil, certo? Errado. Enquanto apresentações de artistas batidos e sem graça lotam, The Boss ainda não teve sua única apresentação no Brasil fora do Rock in Rio esgotada. Bon Jovi, Beyoncé, Iron Maiden e outros tantos que vêm aqui sempre já estão de casa cheia. E nada de esgotar a do autor de “Born in the USA”.

Isso denota uma imensa crise no rock de verdade no Brasil. Como assim os oito mil ingressos não foram todos vendidos? Jurei, e até postei isso no Twitter, que não daria nem para começar, mas me enganei. Ainda restam ingressos e, pela perspectiva, não devem acabar. Uma pena, de verdade. Bruce Springsteen, pelo que representa ao rock e à música de verdade, merece muito mais do que isso. Mereceria lotar o Morumbi, pelo menos. E, além de tudo isso, o dia dele no Rock in Rio foi o menos procurado, mostrando que o pessoal não gosta de rock.

Ok, podem até gostar de rock, mas não do rock de verdade, do rock com testosterona, do rock que emociona e faz pensar sobre a vida e sobre o mundo. Bon Jovi? Rock de pau mole e feito para gente que vai ao Vila Country pegar umas gatas e gastar dinheiro com whisky. Iron Maiden? Desculpem os fãs de metal, mas não dá. Aliás, não dá há 15 anos, pelo menos. É sempre a mesma coisa toda apresentação, não muda nada.

Parece que é mais fácil gostar de bandas que fazem rock comercial e que ninguém vai lembrar no ano seguinte. Bruce lançou um disco excelente ano passado – eleito por mim como melhor álbum de 2012. Uma pena que poucas pessoas tenham se interessado para ouvir e correr atrás. 

Sem dinheiro, não poderei ir ao show do Boss em São Paulo, muito menos ir ao Rock in Rio. Mas se tem uma apresentação que recomendo muito aos amigos é a dele. Mesmo que dure a metade do tempo da atual turnê, mesmo que ele não toque sua música favorita, vá. Vale a pena ver Bruce Springsteen empunhando sua guitarra e tocando canções que, certamente, podem tocar seu coração e até mudar algumas vidas. Nunca o vi ao vivo, mas sei que vale a pena. Porque eu confio em Bruce Springsteen.

4 em 1: Stone Gossard, The Civil Wars, Cold War Kids e Hugh Laurie


Stone Gossard – Moonlander

12 anos após Bayleaf, o guitarrista do Pearl Jam colocou no mercado seu segundo disco solo, e ele não se importou muito se o lançamento vai calhar com o novo disco de estúdio de sua banda principal. Surpreendentemente, Gossard canta bem, além de divertir e emocionar com letras e melodias bacanas, mesmo com alguns exageros. Mas isso é mais do que suficiente e deve satisfazer quem acompanha o trabalho dele.

Nota: 3/5




The Civil Wars – The Civil Wars

Vencedor do Grammy de Melhor Álbum Folk de 2012, o Civil Wars não esperou muito e já colocou um novo disco, que leva o nome do duo, nas lojas. E a dupla formada por Joy Williams e John Paul White optou por dialogar com mais pessoas ao criar um trabalho mais pop do que o primeiro, tirando um pouco a carga folk. Uma pena, pois a consequência disso é a perda do elemento que fazia diferença no trabalho. Um pouco longo, The Civil Wars seria melhor com duas músicas a menos.

Nota: 2/5




Cold War Kids - Dear Miss Lonelyhearts

O Cold War Kids cai na armadilha que pega quase todo mundo atualmente: o indie levado a sério. A primeira música é bem animada, mas as seguintes parecem são iguais e deixam o trabalho muito arrastado e chato. Mesmo com esperança de que eles podem fazer mais, não é suficiente para melhorar a audição do disco como um todo.

Nota: 2/5






Hugh Laurie – Didn't It Rain

Conhecido pelo mundo com Dr. House e pai do Stuart Little, Hugh Laurie, se você não sabe, é músico e dos bons. Dois anos após o lançamento de Let Them Talk, o ator lança Didn’t It Rain, disco em que conta com a participação de alguns amigos para revistar alguns clássicos do jazz, blues, country e tango, e o resultado é muito bom. O disco é muito agradável para se ouvir e traz uma tranquilidade necessária aos nossos ouvidos.

Nota: 3,5/5

Documentário: The Clash - Audio Ammunition Documentary


O Google Play, conhecida loja online para ter apps para o sistema Android, colocou em seu canal no YouTube um documentário sobre a história do Clash. A única falha foi não ter colocado em um arquivo só. De resto, ficou bem legal.










Resenha: Arctic Monkeys – AM


Toda banda precisa mudar um pouco sua sonoridade, se não fica refém de um estilo. Sim, os fãs vão adorar, mas aposto que ninguém quer atingir apenas um tipo de pessoas – com raras exceções, claro. O Arctic Monkeys começou com tudo em Whatever People Say I Am, That's What I'm Not e Favourite Worst Nightmare, dois dos melhores discos do século 21, e provou aos desesperados por notícias do rock que ele estava são e salvo.

O terceiro álbum foi para marcar o território conquistado ainda na juventude, e Humbug dividiu opiniões da crítica e dos fãs. Uns gostaram da influência de Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age, no grupo; outros detestaram e pediram a velha banda de volta. Suck It and See, quarto trabalho, colocou a banda entre as grandes de sua geração com um álbum completo no maior sentido das duas palavras. O céu era o limite? Talvez.

Na minha cabeça, ainda é surpreendente que uma banda lance álbuns e mais álbuns em um curto espaço de tempo, e o Arctic Monkeys, com um incansável Alex Turner, tratou de surpreender e anunciar o lançamento de AM, quinto trabalho de estúdio da banda natural de Shefield, Inglaterra. Mais uma vez, Homme foi convidado, e eles optaram por gravar em Los Angeles mais uma vez.

O início de “Do I Wanna Know” é muito lindo. Suave, a trilha segue até a voz de Alex Turner, meio Lou Reed, dar o tom da primeira faixa do álbum. A distorção da guitarra ao fundo trabalha muito bem dando suporte à melodia e ao coro, deixando tudo muito, muito bom. O segundo questionamento do disco vem na sequência, com “R U Mine”, lembrando o Arctic Monkeys de Humbug. Mais forte, mais adulta e agitada, a banda mostra que evolui muito desde os dois primeiros trabalhos.

“On For The Road” conta com a participação de Josh Homme e mostra-se uma canção leve e boa, mas não engrena de cara, enquanto “Arabella” é a primeira de algumas faixas que tem a cara do Queens of the Stone Age, o que não é ruim. Aqui, o Arctic Monkeys arrisca muito mais do que havia arriscado em toda sua carreira. O solo de guitarra na parte final é interessantíssimo.

Primeira mais dançante, “I Want It All” é um rock puro, e a voz com efeito de Turner coloca tudo mais para cima e mais animada. Já “No 1. Party Anthem” é balada que lembra o Arctic Monkeys dos primeiros discos. E é incrível como uma banda consegue fazer esse tipo de canção tão bem – é quase como pisar em nuvens ouvir as baladas desses ingleses. Outra balada primorosa, “Mad Sounds” é muito romântica e fará indies pelo mundo afora dançarem abraçadinhos com seus pares.

“Fireside” mistura rock e eletrônico, e o resultado é apenas satisfatório, e é outra canção que não engrena. Em “Why'd You Only Call Me When You're High?” é muito, muito boa por ser outro rock de primeira. Curto, simples e direto – é exatamente disso que o rock precisa.

Se “Snap Out of It” fosse cantada por Josh Homme, não sentiria a diferença. É tudo muito Queens of the Stone Age – desde a melodia até a voz adaptado para Turner, claro. Incrível como os Monkeys têm sido influenciados por um dos grandes nomes da música mundial atualmente. É uma letra muito boa, também.

“Knee Socks” também usa da fórmula da faixa anterior e é quase uma versão indie do QOTSA, o que não é de todo ruim. Aqui temos a segunda participação de Homme como backing vocal. Com John Cooper Clarke dando uma força, o Arctic Monkeys, depois de todo rock ‘n’ roll’, encerra AM com uma balada nebulosa/poema musicado chamado “I Wanna Be Yours”. É uma canção bem adulta e mostra que os meninos de Shefield estão crescidos.

Há mais de dez anos ouvimos falar do Arctic Monkeys e seu primeiro disco, colocado na internet, que fez um sucesso absurdo pelo mundo. Todo esse tempo, os quatro ingleses se colocaram como líderes de uma nova geração – atraindo muitos fãs, obviamente. Ouvindo a discografia da banda, existem vários experimentos e tentativas de mudar um pouco a sonoridade.

AM não é nota dez, nem nota um, mas um disco mais maduro que Humbug, por exemplo, em que a tentativa de mudar um pouco aconteceu. Suck It and See deu uma gama mais rock ao grupo inglês, enquanto este quinto trabalho de estúdio deixa o Arctic Monkeys mais adulto. Há canções que destoam, mas o resultado é muito positivo. Diria que o novo disco é a versão evoluída de Humbug com direção e foco, não apenas o mudar pelo mudar. AM é o início de uma caminhada longa em que a banda cresceu junto com os fãs. Por isso, não esperem mais uma música do tipo “Fluorescent Adolescent”. Esse disco é para o fã que cresceu junto com a banda.

Tracklist:
1 - "Do I Wanna Know?"
2 - "R U Mine?"
3 - "One for the Road"
4 - "Arabella"
5 - "I Want It All"
6 - "No. 1 Party Anthem"
7 - "Mad Sounds"
8 - "Fireside"
9 - "Why’d You Only Call Me When You’re High?"
10 - "Snap Out Of It"
11 - "Knee Socks"
12 - "I Wanna Be Yours"

 Nota: 3,5/5

Documentário: The Beatles - Magical Mystery Tour Revisited


Acabei de ver esse programa no Bis (88 Sky) e é sensacional. É a comemoração de um dos grandes filmes dos anos 1960, com participação de Paul, Ringo e outros integrantes do filme e da vida dos Beatles. Dá para compreender um pouco a época.


Magical Mystery Tour Revisited BBC Arena... por My_Beatles_Stuff

RIP Champignon (1978 - 2013)



Depois de Chorão em março, o Charlie Brown Jr. perdeu outro membro em seis meses. O baixista foi encontrado morto com um tiro na boca. Triste.

Discos para história: Secos & Molhados, do Secos & Molhados (1973)


A 15ª edição do Discos para História fala sobre um dos melhores álbuns feitos no Brasil: a estreia do Secos & Molhados no mercado fonográfico. Em plena ditadura militar, João Ricardo Ney Matogrosso e Gerson Conrad deram novo ânimo e mudaram o curso das coisas da música brasileira.

Documentário: Bob Dylan - Another Self Portrait Documentary Short


Com a mudança de local, posso colocar mais coisas legais que o Wordpress me impedia. Uma delas são os vídeos do Vimeo, lugar em que achei um documentário sobre a nova coletânea do Bob Dylan, lançada no final do último mês e muito bem avaliada nos sites e revistas especializados.


Bob Dylan - Another Self Portrait Documentary Short from Columbia Records on Vimeo.

Premiações: Prêmio Multishow de Música Brasileira 2013

pmmb

Antes de tudo, não vi boa parte do show de horrores por ter colocado no superjúri para acompanhar a interessante votação de Artista Revelação, Melhor Disco, Melhor Show e Nova Canção. Essa ideia de colocar dez pessoas para discutir a premiação na hora é a melhor coisa feita nesse tipo de entrega de prêmio nos últimos anos. E é interessante ver que são jurados bem distintos – desde gente que fala bem de todo mundo até pessoas que são críticas ao extremo.

Essa votação elegeu Carol Konka como Revelação, colocando de lado Clarice Falcão e Anitta, dois dos atuais hypes de 2013. Uma coisa bem interessante que o André Forastieri falou sobre a moça é que ela é a única a ter algo de música brasileira em seu disco, mesmo sendo bem mediano. E ainda acrescento: Anitta, se não pirar, vira a nova Claudia Leitte do funk da família brasileira socialmente aceitável, e Clarice Falcão, se não optar apenas na carreira de atriz, vira mais uma chata.

Depois do superjúri veio o martírio da parte final da premiação. Paulo Gustavo não é engraçado nem no Vai que Cola, quanto mais em um palco dividido por uma péssima Ivete Sangalo, que, vejam só, venceu na categoria Melhor Cantora. Isso mesmo, a apresentadora venceu. Pode até ser uma coincidência gigante, mas compromete, e muito, a credibilidade da cerimônia que não foi lá essas coisas.

Uma coisa clara: premiação que opta por deixar a decisão nas mãos do público está sujeita a ter o Luan Santana como melhor cantor, sendo que uma gralha com gripe canta melhor do que ele. Aliás, deixar essa decisão nas mãos dos fãs só mostra que ninguém deseja mesmo valorizar os melhores trabalhos ou a música, mas preferem ver artistas bombados vencendo. Isso é atrair audiência, que gera business, que gera exposição, que gera dinheiro para todos e aumentam os números – dinheiro, claro. Uma prova disso é Michel Teló ganhando prêmio. Quem é Michel Teló? O que ele fez fora cantar “Ai se eu te pego”? Nada de relevante, basicamente.

A música, mais uma vez, perdeu. Além disso, são raras as exceções de alguém que se posiciona sobre o momento ruim que a música de massa vive. Ninguém fala nada, tudo é lindo, maravilhoso e feliz. O horror, o horror. Enquanto isso, Naldo, Anitta e outros péssimos cantores vão enchendo os bolsos de dinheiro.

Bom mesmo foi ver Guilherme Arantes recebendo o prêmio de Melhor Disco. Condição Humana não é o melhor trabalho dele, mas é melhor ver alguém que ama a música vencendo do que outros que pisaram no palco. Gang do Eletro dividir o Melhor Show com Caetano Veloso também foi legal e mostra a força do tecnobrega entre os jurados – fora que Gang do Eletro é bem maneiro mesmo.

Outra coisa péssima: os shows. O único aceitável foi o feito por Criolo e Caetano Veloso, vejam vocês. O resto não serviu para nada, nem para distrair – o Twitter estava mais interessante. A plateia de famosos também estava ridícula, e foi a pior de todos os tempos.

O final ainda reservou um pesadelo: três músicas cantadas por Ivete Sangalo, Paulo Gustavo e as duas moças que estavam no palco para completar o cabide de emprego das piadas sem graça. O encerramento só mostrou o que foi a premiação no geral e, se for para ser assim, melhor fazer no Cine Joia no próximo ano. É mais digno.

Essa premiação foi tão cagada que qualquer coisa parece melhor, até mesmo o Creed. Esse Prêmio Multishow foi como uma mulher perder o salto, cair de cara no chão, perder um dente, ir ao dentista e ver que ele estava fechado, chegar em casa e perceber que está sem luz por ter esquecido de pagar a conta. Que mude tudo, menos o superjúri, deixa ele quieto. Afinal, entre tudo que foi dito em três horas, foi a única parte que valeu a pena para quem ficou ligado na internet. Pobre de quem viu apenas pela TV.

Confira os vencedores:

Melhor cantor
Luan Santana

Melhor cantora
Ivete Sangalo

Melhor grupo
Sorriso Maroto

Melhor música
Thiaguinho - "Buquê de Flores"

Melhor show
Paula Fernandes

Experimente
Oba Oba Samba House

Música-chiclete
Anitta - "Show das Poderosas"

Categorias do Júri Especializado

Novo hit
Mahmundi - "Calor do Amor"

Versão do ano
Bárbara Eugênia - "Por Que Brigamos" (versão original: Diana)

Melhor clipe
Anitta - "Show das Poderosas"

Música compartilhada
Metá Metá - "MetaL MetaL"

Categorias do Superjúri

Artista revelação
Karol Conka

Melhor disco
Guilherme Arantes - "Condição Humana"

Melhor show
Caetano Veloso - "Abraçaço"
Gang do Eletro - "Gang do Eletro"

Nova canção
SILVA - "Amor Pra Depois"