Resenha: Metá Metá - MM3


Álbum saiu de surpresa no fim de maio

É muito sério, talvez seja a melhor dica da história do blog: escutem Metá Metá. Por ser uma das grandes bandas do mundo alternativo da música, eles ainda têm uma áurea muito próxima do público, o que é sempre adorável. De surpresa no fim de maio, eles soltaram MM3, terceiro trabalho de estúdio, disponível gratuitamente no site da banda.

O clima que eles criam ao começar com um jazz bem envolvente de "Três Amigos" já é motivo para celebrar. Imagine só essa música nos shows, funcionando como abertura de tudo? É para entrar com o jogo ganho, basicamente. O vocal de Juçara Marçal surge como a voz certa para conduzir o ouvinte durante essa experiência musical que é ouvir o Metá Metá.

"Angouleme" apresenta o saxofone de Thiago França como instrumento principal para acompanhar o ritmo imposto para essa faixa com absurda influência da música africana, já "Imagem do Amor" tem uma melancolia muito intensa, beirando uma tristeza profunda. No fim, tudo vira um caos, tão intenso quanto a vida de qualquer um de nós.

De andamento muito suave e de letra muito bonita, "Mano Légua" não precisa de muito para apresentar a qualidade do trio que tem o acompanhamento de Kiko Dinucci na guitarra. Muito poética do início ao fim, "Angolana" tem uma parte instrumental muito inspirada e uma Juçara muito bem nos vocais – aliás, uma das melhores da música brasileira atualmente.

"Corpo Vão" tem um arranjo tão bom e tão fácil de decorar, que não difícil sair cantando a música por aí logo depois de ouvi-la. E ela ainda explode na parte final, o grande momento dela. "Ossanyn" mostra, quase em um ritual religioso misturado com jazz, a influência da música africana dentro do Metá Metá. A vibe dançante reaparece na ótima e de ritmo carnavalesco "Toque Certeiro".

Para fechar, "Obá Kossô" é o "título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oyo, tornando-se seu rei". Xangô é o orixa da justiça, então a carga pesada e o clima misterioso da melodia pode ser entendidos por aí. E ainda tem o fato de ser um jazz experimental, de quase dez minutos de duração com longa parte instrumental, em que também alia-se o fato de ter influência da música africana. No fim, é ótimo acompanhar a canção se desenvolvendo, atingindo o auge e chegando ao fim.

Gravado em três dias, não tem como não achar absurdo o trabalho feito em tão pouco tempo. Metá Metá prova, mais uma vez, que a união de gente boa rende bons trabalhos.

Tracklist:

1 - "Três Amigos"
2 - "Angouleme"
3 - "Imagem do Amor"
4 - "Mano Légua"
5 - "Angolana"
6 - "Corpo Vão"
7 - "Ossanyn"
8 - "Toque Certeiro"
9 - "Obá Kossô"

Nota: 4,5/5



Veja também:
Resenha: Catfish and the Bottlemen – The Ride
Resenha: Fitz and the Tantrums – Fitz and the Tantrums
Resenha: Peter Bjorn and John – Breakin' Point
Resenha: Paul Simon – Stranger to Stranger
Resenha: The Claypool Lennon Delirium – Monolith of Phobos
Resenha: The Kills – Ash and Ice
Resenha: Corinne Bailey Rae – The Heart Speaks in Whispers

Esse post foi um oferecimento de Felipe Portes e Rafael Monteiro, os primeiros patrões do blog. Contribua, participe do nosso Patreon.

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.

Siga o autor no Twitter