Resenha: Paul Simon – Stranger to Stranger


Veterano cantor soltou novo álbum aos 74 anos

O 13º disco de estúdio de Paul Simon chega cinco anos depois do último, o bem recebido pela crítica So Beautiful or So What. De história longa da música pela parceria com Art Garfunkel, Simon não precisa mostrar mais nada a ninguém, mas segue mais ativo do que nunca no que escolheu ser pelo resto de sua vida.

O clima indiano de "The Werewolf" pode ser uma surpresa para quem espera um trabalho mais acústico ou algo muito próximo do que fez em uma parte de sua carreira. Interessante do ponto de vista musical, a canção mostra que o cantor está disposto a explorar novas sonoridades em sua música, e "Wristband" surge mantendo o mesmo ritmo, mas tem o refrão grudento e dançante pronto para ficar na sua cabeça por algumas horas.

A instrumental "The Clock" serve de abertura para a experimental, para não falar estranha, "Street Angel". Cheia de sons, efeitos, barulhos e instrumentos diversos, acaba sendo o ponto diferente entre todas as faixas do disco, sendo o oposto apresentado na faixa-título - algo genuinamente reconhecível como algo feito e produzido por Paul Simon.

"In a Parade" é agitada, estranha e de difícil digestão, não é dessas em que é possível amar logo de cara – nem em três audições, como no meu caso. Não poderia faltar aquela música de arranjo meloso, certo? Ela aparece na boa "Proof of Love", muito inspirada pela música celta/folk, e a quase instrumental "In the Garden of Edie" tem uma sonoridade muito bonita e tocante.

"The Riverbank" entra e parece ser curta, mas o vocal evolui, diferente da melodia. Outro acerto bom dentro do trabalho, e "Cool Papa Bell" chega para mostrar que o experimentalismo não poderia ficar sem um representante na reta final. Ele fecha o disco com o ótimo folk gospel "Insomniac’s Lullaby".

O trabalho mistura muita coisa experimental com um tipo de música comum já feita por Paul Simon. O resultado é algo muito interessante, do ponto de vista em apresentar novas coisas, e muito bonito. No fim das contas, vale a pena.

Tracklist:

1 - "The Werewolf"
2 - "Wristband"
3 - "The Clock"
4 - "Street Angel"
5 - "Stranger to Stranger"
6 - "In a Parade"
7 - "Proof of Love"
8 - "In the Garden of Edie"
9 - "The Riverbank"
10 - "Cool Papa Bell"
11 - "Insomniac’s Lullaby"

Nota: 3,5/5



Veja também:
Resenha: The Claypool Lennon Delirium – Monolith of Phobos
Resenha: The Kills – Ash and Ice
Resenha: Corinne Bailey Rae – The Heart Speaks in Whispers
Resenha: Selton – Loreto Paradiso
Resenha: Anohni – Hopelessness
Resenha: James Blake - The Colour in Anything
Resenha: Ba Cissoko – Djeli

Esse post foi um oferecimento de Felipe Portes, o primeiro patrão do blog. Contribua, participe do nosso Patreon.

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.

Siga o autor no Twitter