Resenha: U2 – Songs of Innocence


O U2 surpreendeu o mundo ao lançar seu novo disco durante a apresentação do novo iPhone. O processo longo de trabalho de Songs of Innocence gerou dúvidas sobre o futuro da banda – produtores foram demitidos e muita coisa foi refeita às pressas. Cinco anos depois do fracasso de No Line on the Horizon, eles pedem nova chance ao público.

O início de "The Miracle (of Joey Ramone)" mostra que o U2 nunca perderá o jeito em fazer canções épicas-confessionais-que contam uma história de vida baseada em Bono. A guitarra, mais uma vez na discografia da banda, é um show a parte com The Edge mostrando ótima forma. A balada certeira para pegar os fãs vem logo depois a esforçada "Every Breaking Wave”, que tenta emular grandes momentos deles, mas passa longe.

Produzida por Declan Gaffney, Paul Epworth e Danger Mouse, "California (There Is No End to Love)" parece ter um pouco de cada um. Por exemplo, o quê de modernidade ficou com Mouse, enquanto Epworth parece ter acertado a guitarra e os vocais – exatamente como faz com todos os músicos que produz. "Song for Someone" é mais uma balada épica bem mediana e que não deve pegar que não é fã.

Lembram a fase All That You Can't Leave Behind e How to Dismantle an Atomic Bomb deles? "Iris (Hold Me Close)" parece ter sido retirada de alguma sobra de estúdio desses trabalhos, foi ajustada e ganhou essa cara. Uma boa cara, aliás. Com potencial single e hit de todas até aqui, "Volcano" tem tudo que o U2 já cansou de apresentar: refrão fácil, guitarra identificável e letra acessível. Um acerto, o primeiro em se tratando de um possível sucesso.

Mais uma com toques moderinhos, "Raised by Wolves" tem aquele jeito U2, em que tudo vira um épico discurso, mas está muito abaixo das anteriores. Se você ouvir "Cedarwood Road" na íntegra, vai pensar que ouviu em algum lugar antes, certo? É a impressão que passa ao final dos pouco mais de quatro minutos de audição. Se a intenção era arriscar algo novo, não funcionou em "Sleep Like a Baby Tonight". Parece que alguma coisa sobra ali, parece que é um remix de uma canção dos irlandeses – fora que ela parece interminável.

Outra com potencial para hit, "This Is Where You Can Reach Me Now" usa e a abusa do apelo pop do grupo, e isso é mais do que suficiente para satisfazer os fãs. Encerrando o 13º disco de estúdio da banda, "The Troubles" apela para a sensibilidade, melancolia e os belos vocais de apoios da cantora sueca Lykke Li. O arranjo de cordas é belíssimo, aliás.

Caso você esteja esperando por um grande disco do U2, esqueça. Songs of Innocence traz tudo que eles já fizeram ao longo dos últimos 30 anos com um toque de modernismo e só. Mesmo assim, o trabalho desce bem em alguns momentos, mas parece ter sido feito para atender aos ansiosos fãs. Poucas faixas têm destaque em um trabalho apenas bom.

Tracklist:

1 - "The Miracle (of Joey Ramone)"
2 - "Every Breaking Wave”
3 - "California (There Is No End to Love)"
4 - "Song for Someone"
5 - "Iris (Hold Me Close)"
6 - "Volcano"
7 - "Raised by Wolves"
8 - "Cedarwood Road"
9 - "Sleep Like a Baby Tonight"
10 - "This Is Where You Can Reach Me Now"
11 - "The Troubles"

Nota: 3/5

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