Resenha: Poly Styrene - I Am a Cliché, de Celeste Bell e Paul Sng


Assistido na 13ª edição do In-Edit Brasil, festival de documentários musicais, realizado dos dias 16 a 27 de junho

Duração: 89 min. Elenco: Poly Styrene, Thurston Moore, Kathleen Hanna, Vivienne Westwood, Neneh Cherry, Don Letts. País: Reino Unido.

Poly Styrene foi uma das grandes estrelas do punk do Reino Unido no final dos anos 1970 e conseguiu fazer sucesso com a banda X-Ray Spex, de letras espertas e bem instigantes sobre o que acontecia com ela e a sociedade. Mas, um dia, ela simplesmente desmontou o grupo e as coisas mudaram muito rápido. "Poly Styrene: I Am a Cliché" trata de contar essa história e elucidar o que aconteceu com a cantora e compositora.

A ótima sacada da direção de Celeste Bell e Paul Sng foi colocar a filha da cantora, Celeste Bell-Dos Santos, como fio condutor do documentário. Ela conta com trechos dos diários narrados, muitas imagens de arquivo e depoimentos de fãs, amigos e ex-colegas da banda para ilustrar a vida de alguém bastante elogiada quando a vida na Inglaterra estava mudando radicalmente para a nova geração.

Veja também:
Resenha: The Rise of the Synths, de Iván Castell
Resenha: Rockfield - A Fazenda do Rock, de Hannah Berryman
Resenha: Sisters with Transistors, de Lisa Rovner
Resenha: All I Can Say, de Danny Clinch, Taryn Gould, Colleen Hennessy e Shannon Hoon
Resenha: The Rumba Kings, de Alan Brain
Resenha: Suzi Q, de Liam Firmager
Resenha: Moby Doc, de Rob Gordon Bralver
Resenha: The Go-go’s, de Alison Ellwood

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Enquanto a artista vai sendo destrinchada, vemos quem era Marianne Joan Elliott-Said, a pessoa por trás do personagem que, não aceita entre brancos e negros por ser miscigenada, encontrou no punk um lugar de aceitação para ser quem gostaria de ser e desenvolver a própria arte. Por isso, ela sabia das dificuldades que encontraria, só não imaginou que seriam tantas em tão pouco tempo. Isso a afetou profundamente, principalmente quando foi para Nova York.

O documentário deixa claro, ainda nos primeiros minutos, que a relação entre mãe e filha era ruim. E, gradualmente, vamos entendendo os motivos que a levaram de ser uma estrela em acensão para alguém perdida, sem rumo e sem conseguir se encaixar em qualquer lugar. Um diagnóstico errado só piorou as coisas e nem mesmo o casamento e a filha foram suficientes para tirá-la do fundo do poço, cada vez mais fundo e com soluções cada vez mais drásticas.

A filha passa pelos lugares onde a mãe passou, revive boas e más lembranças da infância, e entende um pouco melhor os motivos e decisões tomada por alguém que precisava de ajuda e só foi encontrar mais de 20 anos depois. O final é bem cliché e honra o nome do longa, abrindo um novo parágrafo na relação com a mãe e em como Poly Styrene inspirou centenas de outras garotas a correr atrás do próprio sonho na música.

Avaliação: ótimo

Continue no blog:

Comentários