Resenha: Modest Mouse – Strangers To Ourselves


Das bandas que apareceram na metade dos anos 1990, o Modest Mouse pode ser orgulhar de ser uma das poucas com uma discografia bem consistente. Na ativa há mais de 20 anos, o grupo vinha de três discos ótimos até pausar as atividades – o famoso hiato indefinido. Oito anos depois do último registro de inéditas, anunciaram um retorno triunfal: Strangers To Ourselves, sexto álbum de estúdio. Não deixa de ser um retorno triunfal e muito aguardado pelos fãs, que ficaram sem nenhuma notícia deles por quase uma década.

A melodia tranquila, baseada no violino bem baixo ao fundo, dá o tom da faixa-título que abre o álbum. A letra condensa muito bem a proposta de uma música que soa como uma declaração ou qualquer coisa do tipo, mas o Modest Mouse é craque mesmo em canções dançantes. E "Lampshades on Fire" se encaixa perfeitamente no estilo, principalmente com seu refrão grudento.

Se "Shit in Your Cut" não impressiona muito por ser ‘normal’, "Pistol (A. Cunanan, Miami, FL. 1996)" utiliza todos os artifícios da música eletrônica na construção da melodia, e "Ansel" traz uma espécie de folk com toques de modernidade – e até que não ficou ruim. Agora, a que realmente tem potencial para muito mais do que apenas estar aqui é "The Ground Walks, with Time in a Box". Dançante, cheias de referências (desde o funk e disco music passando pelo próprio Modest Mouse), é a melhor de todo álbum.

"Coyotes" e "Pups to Dust" são boas baladas, mas é inegável que o ritmo diminuiu, o que é sempre uma pena depois de uma canção tão boa. Com um tom de canção de trilha sonora de filme dos anos 1950, "Sugar Boats" também tem bastante potencial para ser um dos singles do disco. Relembrando os bons momentos, "Wicked Campaign" é aquela típica faixa indie moderna: carrega nos efeitos, no tom épico e no andamento. Mas até que é boa.

Com focos distintos na guitarra e nas vozes, "Be Brave" consegue transmitir bem a raiva da letra, bem diferente de "God is an Indian and You're an Asshole", que usa mais de elementos hippies e da psicodelia. As três últimas faixas apresentam toques de hip-hop ("The Tortoise and the Tourist"), indie ("The Best Room") e melancolia ("Of Course We Know").

Por um lado, está longe de ser um dos grandes discos do Modest Mouse. Por outro, é muito melhor do que muita coisa que sai por aí todos os dias. Apesar de duas faixas em especiais não terem me agradado, o restante do disco é muito bom e vale a pena.

Tracklist:

1 - "Strangers to Ourselves"
2 - "Lampshades on Fire"
3 - "Shit in Your Cut"
4 - "Pistol (A. Cunanan, Miami, FL. 1996)"
5 - "Ansel"
6 - "The Ground Walks, with Time in a Box"
7 - "Coyotes"
8 - "Pups to Dust"
9 - "Sugar Boats"
10 - "Wicked Campaign"
11 - "Be Brave"
12 - "God is an Indian and You're an Asshole"
13 - "The Tortoise and the Tourist"
14 - "The Best Room"
15 - "Of Course We Know"

Nota: 3,5/5


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