Resenha: Will Butler – Policy


Membro do Arcade Fire há mais de dez anos, Will Butler resolveu lançar seu primeiro disco solo neste ano. Por ser menos famoso do que seu irmão Win, outro fundador da banda de maior sucesso, a expectativa sobre seu trabalho acaba sendo um pouco menor. Não há a pressão de ser o vocalista principal famoso lançando um álbum, mas é a chance de um multi-instrumentista talentoso de mostrar seu trabalho sem as amarras do grupo.

Logo de cara, é possível afirmar categoricamente que "Take My Side" tinha total potencial para estar na discografia do Arcade Fire. Dançante e recheada com uma melodia animada, a faixa é uma boa abertura. Para quem ouve Will em sua banda, não haverá estranhamento algum quando colocar o disco para tocar. Um ótimo começo.

Misturando influências do pós-punk, experimental, indie dos anos 1980 e new wave, "Anna" tem um quê de Television com New Order. O sintetizador trabalhando bem com o refrão absurdamente grudento mostra que o Butler mais novo merece mais espaço – seja em um novo trabalho solo, seja em colaborações com outros músicos. É a melhor canção de todo álbum por ser muito viciante. É quase impossível parar de ouvi-la ou esquecê-la.

Depois de toda a animação do início, vem "Finish What I Started", aquela balada bem triste bem típica dos álbuns em que Butler tocou nos últimos anos. Nesse caso, o piano e os vocais de apoio dão todo tom de melancolia. Faixa dançante mais contida, "Son of God" tem tons religiosos e a letra trata o vocalista como o personagem principal da história.

A influência dos anos 1980 fica ainda mais visível em "Something's Coming", em que os sintetizadores trabalham com vontade. Por incrível que possa parecer, abriu-se espaço uma canção com ar punk ("What I Want") e outra com teor mais pesado totalmente no piano ("Sing to Me"). Para não encerrar de maneira melancólica, a animação e empolgação retornam em "Witness", outra com refrão grudento à Arcade Fire.

Para quem acompanha o Arcade Fire, não se desapontará com o disco, uma mistura de todas as influências possíveis e imagináveis para um músico do calibre de Will Butler. O que fica: é possível, sim, fazer um trabalho cheio de canções tão diferentes, mas que fazem sentido. É um álbum bem agradável de ouvir.

Tracklist:

1 - "Take My Side"
2 - "Anna"
3 - "Finish What I Started"
4 - "Son of God"
5 - "Something's Coming"
6 - "What I Want"
7 - "Sing to Me"
8 - "Witness"

Nota: 3,5/5


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