Resenha: Bob Mould - Blue Hearts


A produtividade de Bob Mould é algo bem espantoso nos últimos anos. De 2012 até o lançamento de "Blue Hearts" na última semana, são cinco álbuns inéditos em um ritmo inesperado -- ou dez em um intervalo de duas décadas. O período também serviu para um resgate da carreira -- seja pelos antigos fãs recomendando os álbuns, seja pela participação em uma música do ótimo "Wasting Light" (2011), do Foo Fighters.

Cobrar algo diferente de guitarras altas, verborragia e protestos contra os problemas do mundo é exigir algo que Mould não abrirá mão enquanto tiver forças para subir em um palco e cantar para quem desejar ouvir suas músicas. Nesse novo álbum, ele fala sobre todo tipo de assunto. Ao abrir com a lenta balada "Heart on My Sleeve", ele abre espaço para falar sobre o futuro em "Next Generation" e a atual barca furada em que os Estados Unidos se meteu em "American Crisis" ou sobre como a religião enquanto símbolo foi tomada por determinada corrente política em "Forecast of Rain".

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A discografia mais recente de Bob Mould aponta na direção de um misto de protesto com esperança no final de tudo. "Blue Hearts" apresenta não só isso, mas duas coisas: a primeira delas é uma renovação da própria força para usar sua arte para protestar, um novo fôlego adquirido para ir para linha de frente da maneira que ele sabe fazer.

A segunda é não arrefecer jamais perante essa janela de dificuldades impostas pelo mundo. É como se o velho Bob Mould conseguisse resgatar o um lado juvenil nesse novo álbum de estúdio. O peso está todo ali, como se tivesse 19, 20 anos de vida, mas com a experiência de saber colocar cada parte no ponto certo. Ao ouvir o trabalho na íntegra, é como se ele fosse um jogador de futebol no auge da forma física e técnica decidindo um jogo atrás do outro semanalmente.

"Blue Hearts" não foge em nada da carreira de Mould nos últimos 40 anos. E ele soa renovado e pronto para ligar a guitarra e tocar o mais alto possível para falar sobre os mais diversos assuntos, sejam eles cômodos ou não. É essa força que faz ele ser exatamente esse músico incrível que é.

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Tracklist:

1 - "Heart on My Sleeve"
2 - "Next Generation"
3 - "American Crisis"
4 - "Fireball"
5 - "Forecast of Rain"
6 - "When You Left"
7 - "Siberian Butterfly"
8 - "Everyth!ng to You"
9 - "Racing to the End"
10 - "Baby Needs a Cookie"
11 - "Little Pieces"
12 - "Leather Dreams"
13 - "Password to My Soul"
14 - "The Ocean"

Avaliação: ótimo




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