Resenha: Bob Mould – Patch the Sky


Cantor disponibilizou novo disco de inéditas na última semana

Para quem nunca ouviu os discos de Bob Mould atentamente, é possível resumir a carreira do ex-membro do Sugar e do Hüsker Dü em uma palavra: legendária. É isso que ele é, uma lenda. E apenas um ano e dez meses depois do lançamento de Beauty and Ruin, ele solta um novo disco de inéditas chamado Patch the Sky – 12º álbum da carreira solo.

De fácil assimilação por parte do ouvinte, "Voices in My Head" abre o disco de maneira primorosa. Melodia simples e letra fácil conseguem conquistar qualquer um logo de cara, uma especialidade de Bob Mould nos últimos anos. Outra especialidade dele é o volume alto das guitarras, comprovado na barulhenta "The End of Things" – faixa feita para fazer qualquer um pular nos shows.

Curta, rápida e rasteira, "Hold On" cumpre bem o trabalho ao ser uma faixa fácil de cantar, e "You Say You" também entra na lista por ser bem agitada ao melhor estilo Bob Mould de fazer música. O álbum desacelera bem em "Losing Sleep", leve e melancólica ao mesmo tempo, quando vemos que Mould abre caminho para explorar outros tipos de composição.

Mas calma, tudo retoma ao ritmo habitual na ótima "Pray for Rain", com uma letra muito acima da média. O disco ganha ainda mais peso na reflexiva e cheia de guitarras altas "Lucifer and God", em que o cantor mostra que a idade está chegando e é tempo para pensar. Se "Daddy's Favorite" é uma aula de simplicidade, "Hands Are Tied" é uma aula de velocidade em outra ótima canção.

O fato de conseguir trabalhar mais a melodia sem diminuir o volume é o mérito de "Black Confetti", o oposto do que traz "Losing Time". A linda "Monument" consegue dar um ar épico ao final do trabalho e funciona bem para amarrar as ideias do disco de maneira geral.

Em tempos de retornos caça-níqueis e bandas importantes cada vez mais esfaceladas, ainda é muito importante contar com Bob Mould, porque ele nunca falha. No dia em que ele falhar, estaremos próximos do fim do mundo. Mas eu confio muito nele.

Tracklist:

1 - "Voices in My Head"
2 - "The End of Things"
3 - "Hold On"
4 - "You Say You"
5 - "Losing Sleep"
6 - "Pray for Rain"
7 - "Lucifer and God"
8 - "Daddy's Favorite"
9 - "Hands Are Tied"
10 - "Black Confetti"
11 - "Losing Time"
12 - "Monument"

Nota: 4/5



Veja também:
Resenha: Rokia Traoré – Né So
Resenha: Céu – Tropix
Resenha: Glitterbust – Glitterbust
Resenha: Mavis Staples – Livin' On A High Note
Resenha: Nada Surf – You Know Who You Are
Resenha: Iggy Pop – Post Pop Depression
Resenha: Wild Nothing – Life Of Pause


Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.