Resenha: Delia Derbyshire - The Myths and the Legendary Tapes, de Caroline Catz

Assistido na 14ª edição do In-Edit Brasil, festival de documentários musicais, realizado dos dias 15 a 26 de junho

Duração: 101 min. Elenco: Delia Derbyshire, Caroline Catz, Honor-Ray Caplan-Higgs, Richard Glover, Zachary Hart, Michael Higgs, Cosey Fanni Tutti. País: Reino Unido.

Apenas pelo nome, pouquíssimas vão saber quem é Delia Derbyshire. Mas se você gosta da série "Doctor Who" ou curte música eletrônica, deveria ser sua obrigação saber quem é essa mulher e a contribuição fundamental dela na criação de um dos gêneros musicais mais populares dos últimos anos.

Em "Delia Derbyshire - The Myths and the Legendary Tapes", a diretora Caroline Catz conta a história de vida e obra da mulher que revolucionou a música eletrônica enquanto trabalhava na BBC Radiophonic Workshop, departamento de experimentos eletrônicos da emissora britânica, entre o início dos anos 1960 e o começo da década seguinte.

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Usando com base entrevistas de arquivo e depoimentos de pessoas que trabalharam com ela, Catz usa muita dramatização para falar de como ela criou, entre outras coisas, o tema de abertura da série "Doctor Who". E o principal pecado do documentário é justamente o excesso de dramatização — tem hora que mais parece uma novela do que qualquer outra coisa.

Mesmo assim, o longa é interessante para vermos como a cabeça dessa mulher, formada em música e matemática, vai se deteriorando com tempo. Ao ficar viciada em um remédio para o nariz, começar a beber o tempo inteiro e entrar em depressão, ela perde o encanto com a música e, em 1973, pede demissão e muda radicalmente de vida. Ela trabalharia com música até 1975 e só retornaria em 2001, ano da morte.

Com intervenção da artista Cosey Fanni Tutti, fã de Derbyshire e também fanática por sons diversos, "Delia Derbyshire - The Myths and the Legendary Tapes" ajuda a entender um pouco a mente criativa da mulher que praticamente inventou a música eletrônica como conhecemos hoje. Apesar da dramatização passar do ponto, acaba sendo um filme importante para celebrar uma artista que não teve o devido reconhecimento em vida.

Avaliação: bom

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