Resenha: Fama e Tragédia de um Astro Colombiano, de Jaime Barbosa e Jorge Durán


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Na Colômbia, dificilmente alguém não sabe quem foi Diomedes Díaz (1957-2013), o mais famoso cantor de Vallenato do país. O gênero musical, basicamente, foi criado antes da chegada dos espanhóis e traz letras sobre o povo do interior, geralmente cantadas por essas pessoas de origem humilde em histórias bonitas sobre pessoas, lugares e momentos.

Díaz virou um fenômeno musical muito jovem e logo partiu para o sucesso, sendo uma espécie de Roberto Carlos colombiano. Não havia ninguém que não o conhecesse ou cantasse pelo menos uma de suas canções. Mas tudo mudou quando ele foi acusado de matar uma fã. Essa é a história de "Fama e Tragédia de um Astro Colombiano", novo documentário da Netflix.

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Quando fala da música de Diomedes Díaz, apoiado por amigos, colegas de banda e pessoas da TV e do rádio, o longa dirigido por Jaime Barbosa e Jorge Durán se sai muito bem para explicar as origens e consolidação do cantor como, se não o melhor tecnicamente, o mais importante e mais famoso daquela geração, mesmo com o vício em cocaína começando a aparecer. O problema está quando sai disso e parte para a investigação do caso.

Por mais de uma hora, o material ganha uma virada e fica parecendo um documentário policial da TV a cabo, desses que passam de hora em hora. O tom sensacionalista é igual ao explorar o caso de maneira a transformá-lo em algo muito mais sobre a investigação ao colocar de lado a vítima em uma guerra da narrativa entre acusação e defesa.

O longa ajuda a entender um pouco o sistema penal colombiano, tão ruim quanto o brasileiro, e peca, nos minutos finais, ao colocar o caso de lado para exaltar as qualidades musicais de Díaz, esquecidas por mais de 60 minutos.

Avaliação: regular

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