Resenha: A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinsk

Assistido na 14ª edição do In-Edit Brasil, festival de documentários musicais, realizado dos dias 15 a 26 de junho

Duração: 100 min. Elenco: Léa Freire, Alaíde Costa, Amilton Godoy, Silvia Góes, Filó Machado, Arismar do Espírito Santo, Joana Queiroz, Erika Ribeiro, Tatiana Parra, Jane Lenoir, Keith Underwood. País: Brasil.

Léa Freire é dessas artistas que seria reverenciada pelo mundo caso tivesse nascido em algum país de língua inglesa ou em algum outro lugar da Europa. Reconhecida como uma das melhores musicistas brasileiras dos últimos 50 anos, finalmente ela teve sua história contada em "A Música Natureza de Léa Freire".

Filha de uma pianista habilidosa, ela também nasceu com a música no sangue e logo foi fazer aulas de piano. Adepta desde sempre ao improviso e a deixar a coisa fluir, teve na primeira professora a paciência necessária para ver na aluna um desses diamantes raros na música. Mais tarde, Freire passou para a flauta e transformou-se em um verdadeiro fenômeno.

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Transitando entre o jazz, choro, ritmos brasileiros e outras coisas, dava aulas e tocava na noite de São Paulo, uma das melhores escolas para aprender a dureza da profissão. Forjada, chegou a estudar nos Estados Unidos em Berkley, uma das melhores universidades de música do mundo. Mas sempre adepta ao improviso, preferiu largar o curso para aprender observando os melhores músicos de jazz do mundo ao vivo.

Os depoimentos de gente como Alaíde Costa e Arismar do Espírito Santo dão uma ideia do talento dela ainda muito jovem e a edição ajuda a entender, com imagens de arquivo e muita música, todo esse talento que não para de criar. E os depoimentos de jovens musicistas mostram como ela foi uma verdadeira inspiração ao enfrentar um meio machista e pouco afeito a dar oportunidades as mulheres de maneira geral. Léa Freire é uma vencedora, no fim das contas, mesmo com todas as dificuldades impostas pelo meio e pela vida.

"A Música Natureza de Léa Freire" conta uma história que todo brasileiro amante de música deveria saber. E não só dela, é claro. Mas começar por ela, admirada por gente do mundo inteiro, é um bom começo para acabar com o nosso complexo de vira-lata. Nossa música é maravilhosa e precisamos valorizar mais isso.

Avaliação: muito bom

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