Resenha: John Grant - Boy from Michigan

John Grant é um artista dos melhores para acompanhar a discografia. Nenhum trabalho é parecido com o outro e ele sempre avança musicalmente para não soar repetitivo ou refém de qualquer sucesso, ainda que mínimo de música. No novo álbum, chamado "Boy from Michigan", ele usa 75 minutos para relembrar a quase mudança de Michigan, onde nasceu, para Denver.

Desta vez, ele usa muitos elementos eletrônicos para compor a narrativa. Caso tivesse imagens, daria um filme com uma trilha sonora experimental das mais interessantes. A faixa-título abre o disco e leva pouco mais de dois minutos para começar a letra. Até isso, tudo é colocado para fazer o ouvinte entrar na história.

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A imersão fica ainda mais completa quando Grant usa das três primeiras faixas para contar esse momento da vida, que ele chama de "The Michigan Trilogy" -- "A Trilogia de Michigan". São canções de tom melancólico em que a infância é relembrada como o melhor momento da vida de praticamente todos os humanos.

Mas ele também usa instrumentos mais comuns, como o piano na balada "The Cruise Room", para dar continuidade e mudar o tom da história -- para falar dos momentos em que ficava no quarto ouvindo música -- ou ainda na experimental "Rhetorical Figure", a melhor faixa do álbum, quando Grant usa um tom mais dançante à DEVO para contar uma história sobre uma história.

Grant não usou "Boy from Michigan" apenas para contar uma parte da própria história, mas explorou elementos eletrônicos e experimentais para mostrar como pretende sempre fazer o que tem vontade. E, o mais incrível disso, vem funcionando.

Tracklist:

1 - "Boy from Michigan"
2 - "County Fair"
3 - "The Rusty Bull"
4 - "The Cruise Room"
5 - "Mike and Julie"
6 - "Best in Me"
7 - "Rhetorical Figure"
8 - "Just So You Know"
9 - "Dandy Star"
10 - "Your Portfolio"
11 - "The Only Baby"
12 - "Billy"

Avaliação: muito bom

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