Resenha: Paul Weller - On Sunset


A produtividade de Paul Weller nos últimos anos é digna de nota. Desde o início da terceira década dos anos 2000, são cinco álbuns de estúdio -- "Sonik Kicks" (2012), "Saturns Pattern" (2015), "A Kind Revolution" (2017), "True Meanings" (2018) e o mais recente deles, "On Sunset", disponibilizado na última sexta-feira (3), o 15º trabalho de estúdio do cantor e compositor.

É difícil medir a influência de Weller na música britânica, já que ele fez parte de dois importantes grupos em momentos diferentes. The Jam e The Style Council criaram novas perspectivas nas respectivas existências, ainda que bem curtas. Aliás, parece até piada falar isso, mas o projeto em que Weller ficou mais tempo sem acabar foi a carreira solo. Se ele terminou com a bandas para não ficar preso e fazer o que bem entender, faz sentido, não é mesmo?

Veja também:
Dois discos: Gum Country e Rose City Band
Dois discos: Hinds e Phantom Planet
Dois discos: Khruangbin e Arca
Resenha: Haim - Women in Music Pt. III
Resenha: Lamb of God - Lamb of God
Resenha: Phoebe Bridgers - Punisher


"On Sunset" mostra um compositor misturando mais os arranjos. A longa faixa de abertura é mais experimental ao lembrar alguns trabalhos lançados em meados dos anos 1960, já "Baptiste" traz um lado mais blues com órgão de igreja que combina bem com a simplicidade da letra. Ao longo do álbum, ele fala sobre envelhecimento, saudosismo e lembranças de coisas que poderia ter vivido em algum momento.

Aos 62 anos, Weller parece ter começado a olhar mais para si e avaliar a própria trajetória de vida. O próprio título trabalho pode levar a pensar nisso, já que o pôr-do-sol é o sinal de que a luz natural está acabando e a noite está para começar. Esse trabalho pode ser um novo ponto na carreira do cantor em algumas coisas, como no uso das guitarras -- bastante em voga ao longo de todo trabalho. O álbum também abre espaço para baladas ("On Sunset") e uso de instrumentos e arranjos diferentes.

Paul Weller parece querer entrar cada vez mais fundo na música ao explorar ainda mais sonoridades diferentes ao variar o repertório dentro do próprio trabalho sem obedecer a qualquer lógica. O resultado pode ser soar um disco um tanto confuso, mas importante para saber um pouco mais sobre o compositor e como ele decidiu encarar o próprio futuro -- tanto no pessoal, quanto no profissional, como diria um famoso apresentador.

Tracklist:

1 - "Mirror Ball"
2 - "Baptiste"
3 - "Old Father Tyme"
4 - "Village"
5 - "More"
6 - "On Sunset"
7 - "Equanimity"
8 - "Walkin'"
9 - "Earth Beat"
10 - "Rockets"

Avaliação: muito bom



Continue no blog:



Siga o blog no Twitter e no Facebook e assine o canal no YouTube. Compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!