Resenha: Phoebe Bridgers - Punisher


Não conheço muito profundamente o trabalho de Phoebe Bridgers até ouvir o álbum de estreia do Better Oblivion Community Center, lançado há pouco mais de um ano. Lá, na parceria com Conor Oberst, é possível ouvir todo talento dela como cantora e compositora em um disco muito bom e muito comovente, de maneira geral. Além desse projeto, também faz parte da Boygenius, banda composta por ela, Julien Baker e Lucy Dacus -- elas têm um EP, lançado em 2018.

Além de tudo isso, ela ainda arruma espaço para também ter uma carreira solo. Sucessor de "Stranger in the Alps" (2017), "Punisher" foi disponibilizado recentemente e ajuda a quem não conhece a entender um pouco mais como ela usa a música para falar sobre vários assuntos. E dificilmente quem já era fã antes não vai gostar.

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Ela começa o álbum com uma referência ao trabalho anterior, como se os dois fossem uma coisa só. "DVD Menu" é a continuação da última música do primeiro disco solo e, segundo Bridgers, a música está ali por ela achar estranha e gostar desse tipo de faixa instrumental. Uma boa canção é "Kyoto", que fala sobre gostar do que não pode ter no momento. No caso dela, é querer ir para uma turnê quando está em casa e vice-versa. Melancólica, casa muito bem com esse momento de pandemia em todos sentem saudade da rotina que amavam reclamar.

Uma qualidade muito boa nas composições dela é um tipo de honestidade que, misturada com os arranjos e instrumentos incomuns, cria uma atmosfera feita para pensar um pouco na vida. Seja em uma música para homenagear um ídolo ("Punisher"), seja uma canção escrita durante o uso de Ecstasy ("Graceland Too"), Bridgers consegue criar um clima muito pessoal ao mesmo tempo em não se importar em dividir com o público essa intimidade.

"Punisher" é o tipo de álbum dentro da categoria antes e depois. Certamente havia uma cantora antes desse disco, e agora existe uma depois. Phoebe Bridgers, aos 24 anos, mostra todo talento em um álbum muito comovente, melancólico e ideal para os nossos tempos. Esse álbum é para ouvir muitas vezes.

Tracklist:

1 - "DVD Menu"
2 - "Garden Song"
3 - "Kyoto"
4 - "Punisher"
5 - "Halloween"
6 - "Chinese Satellite"
7 - "Moon Song"
8 - "Savior Complex"
9 - "ICU"
10 - "Graceland Too"
11 - "I Know the End"

Avaliação: muito bom



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