Já parte de uma nova geração de artistas, Jehnny Beth não se contentou em apenas atuar usando o nome de batismo (Camille Berthomier) ou em ser a vocalista da banda Savages -- o último trabalho de estúdio até o momento é "Adore Life" (2016). Não, ela foi mais além ao explorar todo tipo de possibilidade artística ao longo dos últimos anos, culminando em "To Love Is To Live", primeiro álbum da carreira solo.
De cara, dá para dizer que não é um disco para todos os públicos ou gostos. Jehnny Beth faz um trabalho mais artístico no que a língua inglesa chama de 'spoken word', em que a letra da música é declamada do que cantada. Um exemplo disso? Lou Reed. Outro? Kim Gordon. Aliás, parece que Beth tem a ex-baixista e vocalista do Sonic Youth como referência musical, já que esse trabalho é muito semelhante com quase tudo que ela fez após o encerramento das atividades da veterana banda alternativa.
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É um álbum muito profundo, intenso e aberto para falar sobre diversos assuntos, e tem em "Innocence" como a melhor faixa. De maneira geral, o trabalho vai agradar muito quem gosta de coisas mais experimentais, como as potentes e poderosas "Flower" e "I'm the Man". Beth se joga de cabeça nas composições e, pelo estilo das faixas, parece que ela pretende ser bastante performática no palco.
A cantora escolheu um caminho nada óbvio para o primeiro trabalho solo da carreira. E contente com essa escolha, apresenta uma lista de composições de boa presença, principalmente na primeira metade. Depois tudo começa a ficar muito repetitivo em diversos aspectos e a qualidade cai um pouco na parte final.
Para um primeiro trabalho, a cantora fez de "To Love Is To Live" um cartão de vistas bem intenso sobre si mesma e a música. Há bastante potencial, mesmo precisando refinar um pouco mais as canções.
Tracklist:
1 - "I Am"
2 - "Innocence"
3 - "Flower"
4 - "We Will Sin Together"
5 - "A Place Above"
6 - "I'm the Man"
7 - "The Rooms"
8 - "Heroine"
9 - "How Could You"
10 - "French Countryside"
11 - "Human"
Avaliação: bom
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