Resenha: Unknown Mortal Orchestra – IC-01 Hanoi


Disco é o primeiro trabalho instrumental da banda neozelandesa

Muitas ideias de discos são engavetadas por não estarem de acordo com uma proposta ou dentro de uma determinada lógica de ordem das músicas. É o caso de “IC-01 Hanoi”, primeiro disco instrumental da Unknown Mortal Orchestra. As sobras de estúdio do disco “Sex and Food” (clique aqui e leia a resenha), lançado em abril, viraram o quinto álbum de estúdio do grupo. E ter Hanoi no nome não é de graça: todas as faixas foram gravadas na capital do Vietnã, um dos seis lugares em que a banda aproveitou uma pausa nos shows para entrar em estúdio.

Trabalhos instrumentais são pautados pela atmosfera que a banda ou músico deseja empregar e como isso pode ser feito sem ficar maçante. Logo na primeira faixa, a banda traz algo bem animado, curto e feito para mostrar que as sessões do trabalho não foram nada enfadonhas. Mas é na segunda que podemos ouvir todo trabalho de criação desse clima, fundamental para prender o ouvinte.

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A terceira faixa traz uma referência da cultura asiática tradicional ao apresentar instrumentos de sopro como base e uma percussão bem leve ao fundo. É o tipo de música instrumental ideal para quem quer ter um pouco de calma ao longo do dia. A seguinte coloca para o ouvinte um clima mais experimental, mas, dentro do apresentado até aqui, acaba fazendo sentido e não atrapalha.

Um movimento ótimo em discos instrumentais é quando uma faixa termina e logo começa a próxima, dando a sensação de unidade necessária para um trabalho do tipo. A quinta música do disco não só tem isso, como ainda traz o jazz experimental à luz. Curta, funciona muito bem. Com a maior duração, a sexta faixa chega perto dos dez minutos. Diferente das outras, essa é a que mais parece um ensaio em que as coisas simplesmente foram acontecendo e tudo fluiu sem muita organização. por esse motivo, acaba sendo a melhor do trabalho. E a última mostra um pouco de tudo e funciona para amarrar e fechar o disco.

“IC-01 Hanoi” é um trabalho sem meias palavras e direto ao ponto para mostrar que é possível extrair muita coisa de material em estúdio sem precisar refinar muito. Despretensioso na proposta, o disco é um bom trabalho instrumental. E é suficiente.

Tracklist:

1 - "Hanoi 1"
2 - "Hanoi 2"
3 - "Hanoi 3"
4 - "Hanoi 4"
5 - "Hanoi 5"
6 - "Hanoi 6"
7 - "Hanoi 7"

Avaliação: bom




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