Resenha: David Crosby – Here If You Listen


É o terceiro disco em três anos lançado pelo cantor

Eterno membro do Crosby, Stills, Nash and Young, David Crosby entrou em um ritmo alucinante de gravação de material inédito – semelhante ao que faz seu ex-amigo Neil Young. Desde “Croz” (2014), ele só não lançou disco em 2015, mas, para compensar, foram três trabalhos de inéditas nos últimos três anos, com "Lighthouse" (2016) e "Sky Trails" (2017). “Here If You Listen” é o sexto álbum de estúdio da carreira solo que teve início em 1971 e voltou com tudo há quatro anos.

"Glory" inicia o disco com que Crosby tem de melhor: arranjos leves acompanhados por um vocal suave. Tudo isso ajudado por um vocal de apoio feminino que faz toda diferença na composição da letra com uma história muito melancólica e de tom quase religioso. Em "Vagrants of Venice", o discurso sobre o atual momento da humanidade ganha força em um material muito bonito e coeso.

Veja também:
Resenha: Charles Bradley – Black Velvet
Resenha: Eric Clapton – Happy Xmas
Resenha: Unknown Mortal Orchestra – IC-01 Hanoi
Resenha: Bixiga 70 – Quebra-Cabeça
Resenha: Ty Segall – Fudge Sandwich
Resenha: Greta Van Fleet – Anthem of the Peaceful Army
Resenha: John Grant – Love is Magic


Surpreendentemente, "1974" é uma das melhores canções que Crosby já escreveu na carreira. Ele pegou o que faz de melhor e, com uma letra muito bonita, construiu uma melodia das mais bonitas. E, claro, tem um certo tom autobiográfico parecido com o apresentado em "Your Own Ride" – essa sobre a vida e nossas escolhas. E Crosby mostra ainda saber colocar o ouvinte no clima em "Buddha on a Hill", faixa em que cada estrofe é dita de maneira pausadamente a ponto de entender tudo que é dito, além de ser dessas que cola na cabeça em poucas audições.

"I Am No Artist" apresenta Crosby renegando o posto de artista solitário e misterioso a que muitos músicos são colocados quando fazem sucesso e ficam muito tempo sem lançar algum tipo de trabalho. Se "1967" mostra toda força melódica do álbum, "Balanced on a Pin" é uma balada acústica das mais melancólicas.

A parte final apresenta "Other Half Rule", faixa que tem um tom de conto celta ao contar a história de alguém que precisa ser salvo. Única a sair um pouco da linha, "Janet" apresenta um tom mais animado e mais para um blues em uma história de amor. O disco acaba com "Woodstock", cover de faixa lançada por Joni Mitchell no disco "Ladies of the Canyon" (1970).

Apoiado pelo trio vocal Becca Stevens, Michelle Willis e Michael League, Crosby segue ótima fase na carreira solo. Com liberdade para trabalhar o que sabe de melhor, o cantor mostra o potencial das letras e das melodias, apresentando ao público um de seus melhores trabalhos da carreira.

Tracklist:

1 - "Glory"
2 - "Vagrants of Venice"
3 - "1974"
4 - "Your Own Ride"
5 - "Buddha on a Hill"
6 - "I Am No Artist"
7 - "1967"
8 - "Balanced on a Pin"
9 - "Other Half Rule"
10 - "Janet"
11 - "Woodstock"

Avaliação: ótimo




Siga o blog no Twitter Twitter e no Facebook e assine o canal no YouTube. Compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Saiba como ajudar o blog a continuar existindo

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!

Continue no blog: