Resenha: Hookworms – Microshift


Banda inglesa disponibilizou o terceiro disco de estúdio

O nome é meio estranho e a música também, e o Hookworms não esconde sua esquisitice de ninguém. A banda inglesa é formada por EO, JN, JW, MB e MJ, no que parece mais sigla de estado do que nome de gente, e isso tipo de artifício só aumentaria ainda o mistério se não tivesse foto dos integrantes na página oficial no Facebook – nesse aspecto, o Ghost tem muito mais a ensinar a qualquer um. Estranho ou não, o grupo lançou Microshift, novo disco de estúdio e sucessor de The Hum (2014).

Não me surpreendia positivamente com um disco há muito tempo, principalmente por perceber que a banda carrega um pouco da influência do indie-eletrônico do início dos anos 1990 e que explodiu nos anos 2000. "Negative Space", primeira faixa do álbum, começa nessa pegada e anima logo de cara.

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É fundamental para entender o trabalho é sacar que ele foi feito para as pistas de dança. Porque, quando você menos espera, surge "Static Resistance". Ainda mais dançante, a faixa é recheada pela guitarra e por efeitos, reverbs e tudo que tem direito para não deixar ninguém parado. É difícil ouvir o disco e não pensar em duas bandas: Hot Chip e LCD Soundsystem, para falar em duas mais conhecidas do indie-eletrônico.

Para corroborar com as duas linhas acima, surge "Ullswater" e seu refrão cantado por um coro para lá de animado – outra difícil de não sair cantando junto. Uma qualidade do disco é que a maioria das músicas é longa, mas não há espaço preenchido com bobagens. É tudo milimetricamente colocado para criar uma grande unidade. Também sem parar, "The Soft Season" surge com um tom mais melancólico, beirando o religioso.

O primeiro minuto e meio de "Opener" soa uma 'piração' que só o Sonic Youth poderia ser capaz de fazer, mas logo a faixa passa para algo mais animadinho, que só ganha vocal na segunda metade de seus quase nove minutos – funciona bem que é uma beleza. E "Each Time We Pass" entra naquela zona entre em que eletrônico e psicodélico se unem para criar, como diria o poeta, uma porta de entrada para algo mais pesado (não disse o que é).


O fim do disco reserva espaço para duas faixas curtas: a experimental "Boxing Day", que deixaria o Sonic Youth (sim, sou fã de Sonic Youth) orgulhoso e a melancólica "Reunion", que soa muito como trilha de um filme de ficção científica. E "Shortcomings" encerra o trabalho com um tom mais Hot Chip, mas um pouco mais sombrio.

Microshift é o tipo de disco para dar play e deixar rolando se você for dar uma festa. Ou para ouvir no ônibus, no carro, em qualquer lugar. Se existe uma surpresa enorme entre os melhores discos do mês de fevereiro, sem dúvida alguma o terceiro trabalho do Hookworms está entre eles.

Tracklist:

1 - "Negative Space"
2 - "Static Resistance"
3 - "Ullswater"
4 - "The Soft Season"
5 - "Opener"
6 - "Each Time We Pass"
7 - "Boxing Day"
8 - "Reunion"
9 - "Shortcomings"

Avaliação: ótimo



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