Resenha: Shame – Songs of Praise


Disco é o primeiro trabalho cheio da banda do sul de Londres

Nos últimos dias de 2017, uma banda inglesa começou a ganhar destaque na imprensa especializada. Era o Shame, formado no sul de Londres por Charlie Steen, Sean Coyle-Smith, Eddie Green, Josh Finerty e Charlie Forbes. Mas, para sorte da banda e nossa, ninguém veio com o papo de salvar o rock e essas sandices que não servem para absolutamente nada, a não ser vender revista – quem ainda compra revista de música?

Uma coisa não podemos achar ruim, pelo menos nas bandas inglesas: não falta o furor juvenil de quem deseja tocar alto para seus novos fãs. Mas o disco não começa assim, não. "Dust on Trial" tem muito da inspiração do Public Image Ltd. e sua pesada melancolia nas melodias. A guitarra, por exemplo, lembra muito a banda liderada por John Lydon. Segunda faixa, "Concrete" apresenta o grupo com uma faixa mais agitada e, falo com tranquilidade, é pós-punk puro sem tirar nem pôr.

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"One Rizla" é aquele tipo de canção muito despretensiosa, mas, quando você menos percebe, está cantando o refrão junto e batendo o pé. Tem jeitão de sucesso – espero, porque eu detesto errar. Como não poderia faltar em um disco de uma banda inglesa iniciante e cheia de influências, "The Lick" é aquela faixa mais lenta e feita para fazer o ouvinte viajar um pouco – se é que você me entende.

Sabe a energia juvenil de um bom refrão 'gritável'? Aparece em "Tasteless", aquele tipo de canção que fará os mais velhos lembrarem dos bons tempos das bandas indies do início dos anos 2000, enquanto "Donk" tem uma clara influência do punk mais sujo do que o feito no Reino Unido nos anos 1970. E voltamos ao pós-punk logo depois com "Gold Hole".

"Friction" é muito poderosa em tentar responder as perguntas feitas na primeira e segunda parte. O agito retorna em "Lampoon", que soa ter sido feita por encomenda para fazer o pessoal bater cabeça em uma pequena casa de show em algum lugar no sul de Londres e colocar para fora todas as frustrações. A faixa final, "Angie", tem mais de seis minutos, mas não se assuste: o resultado é dos melhores. O Shame vai construindo o ápice com uma melodia leve até chegar no refrão, feito para dar uns bons gritos.

Uma banda nova sempre tem uma primeira dificuldade: ela precisa encantar logo de primeira. Se isso não acontece, dificilmente ela consegue ter uma sólida base de fãs para sustentá-la até o primeiro hiato. Pois não é que o Shame conseguiu isso aqui? Esse pós-punk do século 21, bem ajeitado e um pouco mais limpinho, caiu como uma luva para eles. Mas há mais influências aqui, suficiente para deixar o disco rodando por alguns dias por aqui. Uma estreia muito boa, no fim das contas.

Tracklist:

1 - "Dust on Trial"
2 - "Concrete"
3 - "One Rizla"
4 - "The Lick"
5 - "Tasteless"
6 - "Donk"
7 - "Gold Hole"
8 - "Friction"
9 - "Lampoon"
10 - "Angie"

Avaliação: muito bom



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