Resenha: The Afghan Whigs – In Spaces


Veterana banda lança segundo disco após o retorno das atividades

O Afghan Whigs é daquelas bandas que encerraram suas atividades no fim dos anos 1990, voltaram há pouco tempo e são cultuadas por parte do público e da imprensa especializada. Do To The Beast (2014) foi o bom disco de retorno das atividades, quase 20 anos depois do último, um recado claro de que Greg Dulli, Rick McCollum e John Curley ainda sabem exatamente o que fazer dentro de um estúdio. In Spaces chega com sucessor desse primeiro trabalho pós-retorno.

I was a child/ An open letter/ To be read aloud to the throne/ Caught in the spell of stormy weather/ Mnemonic lies to the folds. Assim começa o novo disco do Afghan Whigs, com uma paulada chamada "Birdland". De arranjo pesado e experimental, essa primeira faixa mostra uma banda muito mais melancólica do que estamos acostumados a ouvir.

Veja também:
Resenha: Feist – Pleasure
Resenha: BIKE – Em Busca da Viagem Eterna
Resenha: Ray Davies – Americana
Resenha: Deep Purple – inFinite
Resenha: Kendrick Lamar – DAMN.
Resenha: Father John Misty – Pure Comedy
Resenha: Alison Krauss – Windy City


Essa primeira realmente soa uma introdução, porque a seguinte, "Arabian Heights", é mais acelerada e mais carregada nas guitarras e nos efeitos, criando uma parede sonora poderosa para acompanhar uma letra sobre nascimento, vida e morte. E "Demon in Profile" é uma balada com tons épicos em que o arranjo é um grande destaque ao ajudar o ouvinte a ir entendendo a letra de maneira mais clara.

Emendando com a anterior, "Toy Automatic" e também mantém o ritmo mais lento e melancólico, já "Oriole" tem apelo ao ser acústica e bem diferente da anterior. E como é bom ouvir uma banda que pode mudar drasticamente de ritmo entre uma faixa e outra sem se perder no meio desse processo. As guitarras retornam em "Copernicus", mais uma letra pesada e de refrão poderoso.

O arranjo de "The Spell" começa inspirado no clássico na primeira parte até ganhar o acréscimo de elementos mais usuais na discografia da banda. Tudo fica ainda melhor quando tudo é misturado em uma coisa só, dando ao último verso a chance de amarrar todo conteúdo até ali – uma baita aula de como se fazer uma boa canção. "Light as a Feather" (mais dançante e com um riff bem grudento), "I Got Lost" e "Into the Floor" (duas baladas melancólicas baseadas no piano).

Ligeiramente melhor que o anterior, esse novo álbum do Afghan Whigs mostra que uma banda veterana pode acrescentar elementos diferentes em sua discografia. Sabendo usá-los dentro de uma proposta que agrade a eles e a quem está ouvindo. Neste caso, tudo casou muito bem.

Tracklist:

1 - "Birdland"
2 - "Arabian Heights"
3 - "Demon in Profile"
4 - "Toy Automatic"
5 - "Oriole"
6 - "Copernicus"
7 - "The Spell"
8 - "Light as a Feather"
9 - "I Got Lost"
10 - "Into the Floor"

Nota: 3,5/5



Saiba como ajudar o blog a continuar existindo

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!