Resenha: Deep Purple – inFinite


Veterana banda vem de um ótimo trabalho lançado há quatro anos

Não é raro ficar apreensivo quando bandas veteranas lançam novos trabalhos. Geralmente, eles tentam uma fórmula para revistar o passado ou são preguiçosos e pouco se esforçam para apresentar algo realmente bom para quem está disposto a ouvi-los. Mas a surpresa em ouvir Now What!? (2013) colocou o Deep Purple em outro patamar, porque eles mostraram disposição para homenagear o tecladista Jon Lord (1941-2012) em um dos melhores discos da banda e daquele ano.

Por isso mesmo, inFinite foi esperado com uma expectativa imensa da minha parte. O início com a futurística "Time for Bedlam" traz uma das coisas mais legais na banda: a (ainda) boa voz de Ian Gillian. Se tem uma voz marcante no rock, a dele está em algum top-10. Outro ponto muito bom é a letra, quase o início de um livro sobre o futuro distópico em que o personagem principal está preso e pensando em como chegou ali. O teclado, marca registrada de muitos sucessos, aparece como um elemento importante em "Hip Boots" – um belo solo de guitarra vem logo depois, algo que fará os fãs delirarem durante os shows.

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"All I Got Is You" traz um toque de hardrock bem ao estilo Deep Purple, principalmente do último trabalho de estúdio, suficiente para agradar aos fãs. Já "One Night in Vegas" e "Get Me Outta Here" podem entrar no grupo daquele tipo de música bem simples, mas bem grudentas. Elas cumprem bem o papel de levar o ouvinte até a segunda metade do trabalho, que começa com a sombria e cheia de referências da cultura pop "The Surprising".

Não dá para saber até que ponto "Johnny's Band" é autobiográfica, mas, fora isso, a faixa é bem animada e tem um clima muito juvenil em sua maneira descompromissada de ir se desenvolvendo. "On Top of the World" e "Birds of Prey" trazem muito das principais características da banda – na letra e na parte instrumental. O disco encerra com o ótimo cover para "Roadhouse Blues", do Doors.

Especula-se que esse pode ser o último disco da carreira do Deep Purple. Verdade ou não só o tempo dirá, mas, se for mesmo, é uma despedida muito digna para uma banda veterana que não está arrastando no fim de carreira. Ao contrário, mostram-se produtivos e cheios de boas ideias. Este álbum não é preguiçoso, e ainda conseguiu trazer certo frescor no repertório da banda para os shows. Vale ouvir sem erro.

Tracklist:

1 - "Time for Bedlam"
2 - "Hip Boots"
3 - "All I Got Is You"
4 - "One Night in Vegas"
5 - "Get Me Outta Here"
6 - "The Surprising"
7 - "Johnny's Band"
8 - "On Top of the World"
9 - "Birds of Prey"
10 - "Roadhouse Blues" (The Doors cover)

Nota: 3,5/5



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