Resenha: Devendra Banhart - Ape in Pink Marble


Novo trabalho é o primeiro em três anos

O sucesso de Devendra Banhart entre algumas pessoas é explicável: o tipo de música feita por ele é inofensiva e sem graça. E por ser assim, acaba atraindo várias pessoas a sua sonoridade lenta e, por muito mais de uma vez, entediante. Sucessor de Mala (2013), Ape in Pink Marble é o oitavo álbum da carreira do cantor – foi lançado na sexta-feira (23) da semana passada.

O tom de "Middle Names" deixa claro o tipo de canção que Banhart é especializado e gosta de tocar. Um efeito leve ao fundo, o violão que não muda muito de tom, uma voz sussurrando e uma letra banal sobre um assunto qualquer. A tentativa de poesia não dá certo em "Good Time Charlie", mas funciona melhor quando a melodia acelera um pouco mais em "Jon Lends a Hand".

Veja também: 
Resenha: The Baggios – Brutown
Resenha: Pixies – Head Carrier
Resenha: Bastille – Wild World
Resenha: M.I.A. - AIM
Resenha: Macy Gray – Stripped
Resenha: Willie Nelson – For the Good Times: A Tribute to Ray Price
Resenha: Local Natives – Sunlit Youth

Beirando um lado mais experimental, até que "Mara" é interessante – e só. Entre as cinco primeiras, com uma distância considerável das outras, "Fancy Man" é a melhor. É leve e descompromissada, tudo que Banhart não apresenta no início. Fora que tudo casou tão bem, que é difícil ouvir uma vez só. E a animada "Fig in Leather" consegue manter o bom nível da anterior, colocando duas canções boas em sequência pela primeira vez.

O quê de bossa nova aparece em "Theme for a Taiwanese Woman in Lime Green" - o andamento não foge muito do gênero inventado no Brasil nos anos 1950. "Souvenirs", "Mourner's Dance" e "Saturday Night" são tentativas de algo mais experimental, porém, para ficar na palavra da moda, são pretensiosas e pecam pelo exagero em tentar criar uma atmosfera diferente.

"Linda" lembra muito o repertório do péssimo disco solo lançado por Rodrigo Amarante em 2013. Se "Lucky" é fraca e muito sem graça, "Celebration" até que é legalzinha para ser a última faixa do álbum - mas só isso, nada mais.

Com apenas duas canções boa, esse novo disco de Devendra Banhart é muito ruim. Parece ser sempre a mesma coisa, só mudando quando ele arriscou mais em "Fancy Man" e "Fig in Leather". No mais, é bem passável.

Tracklist: 

1 - "Middle Names"
2 - "Good Time Charlie"
3 - "Jon Lends a Hand"
4 - "Mara"
5 - "Fancy Man"
6 - "Fig in Leather"
7 - "Theme for a Taiwanese Woman in Lime Green"
8 - "Souvenirs"
9 - "Mourner's Dance"
10 - "Saturday Night"
11 - "Linda"
12 - "Lucky"
13 - "Celebration"

Nota: 1,5/5



Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!