Resenha: Céu – Tropix


Cantora lança novo disco oficialmente amanhã

Caravana Sereia Bloom, de 2012, era o último trabalho da cantora Céu. Um ótimo disco para consolidar a posição de grande cantora que é – não só no Brasil, mas também na Europa e nos Estados Unidos. Era o último, porque Tropix, disponibilizado na última sexta-feira, chegou para nos fazer lembrar como ela fez falta.

O álbum começa com a ótima "Perfume Do Invisível", uma canção adulta, feita para adultos e sobre um relacionamento adulto, algo muito difícil de ouvir nos dias de hoje. A leve melodia ajuda a criar um clima interessante, até aumentar um pouco para dar consistência à letra. A estética leve e lúdica continua em "Arrastar-Te-Ei", com a voz de Céu melhor do que nunca – o uso de efeitos consegue ajuda nesse destaque, melhorado no refrão.

Certas músicas têm cara de fim de disco, o caso de "Amor Pixelado". Poderia ser o encerramento, pelo tom usado e pelo vocal carregado de sinceridade. Ao ser colocada logo no início, mostra que a montagem da ordem foi feita para ser sentida, não apenas ouvida. É esse tipo de canção que deveria fazer sucesso por aí. Os 30 segundos de introdução de "Varanda Suspensa" cria ansiedade pelo que está por vir. Acredite, vale a pena por ser dançante e bem gostosa de ouvir.

‘Eu amo/eu amo você’ é algo muito forte para se falar, mas cabe bem no contexto de "Etílica”/“Interlúdio", que ganhou muito com a participação de Tulipa Ruiz na parte final. Se "A Menina e o Monstro" é quase um poema musicado, pelo estilo e andamento, "Minhas Bics" chega muito perto de um forró, só de alma muito própria. E a maneira como trata coisas do cotidiano ou coisas que passamos em um passado recente usando poucas palavras e uma frase simples (‘munida das minhas Bics).

Mais pesada do álbum e a única a ter uma banda completa, "Chico Buarque Song" é em inglês e funciona bem, e "Sangria" mantém aquele pé no samba com cara própria que Céu colocou no seu repertório. "Camadas" tem um ar misterioso e não entrega nada de cara, é necessário ouvir do início ao fim para entender. A dançante e simples "A Nave Vai" e a ótima e de arranjo incrível "Rapsódia Brasilis" fecham as 12 canções.

Um dos discos mais bonitos lançados no Brasil recentemente, Tropix coroa o ótimo momento de Céu e a reafirma como talentosa cantora que merece mais espaço. Um trabalho necessário para todos nós, principalmente para refletirmos sobre nossas vidas.

Tracklist:

1 - "Perfume Do Invisível"
2 - "Arrastar-Te-Ei"
3 - "Amor Pixelado"
4 - "Varanda Suspensa"
5 - "Etílica”/“Interlúdio" (com Tulipa Ruiz)
6 - "A Menina e o Monstro"
7 - "Minhas Bics"
8 - "Chico Buarque Song"
9 - "Sangria"
10 - "Camadas"
11 - "A Nave Vai"
12 - "Rapsódia Brasilis"

Nota: 5/5



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