Resenha: Killing Joke – Pylon


A inventividade e a loucura são duas coisas que andam muito próximas nas artes. No caso de Jaz Coleman, vocalista, compositor e frente do Killing Joke, os dois itens estão misturados, sendo impossível definir qual é qual. No documentário The Death And Resurrection Show, é possível saber mais sobre a mente, pensamentos e mais da banda, que se mistura com seu criador, que colocou no mercado Pylon – três anos depois do ótimo MMXII (2012) – no final do outubro.

E o novo disco começa com "Autonomous Zone", uma canção muito Killing Joke – aquele tipo de música bem reconhecível para quem é fã de banda. Longa, sombria e pesada nos instrumentos, ela consegue colocar o ouvinte no clima logo de cara. Uma característica bem comum da banda é a duração das faixas, a metade neste álbum passa dos seis minutos, e eles usam isso para construir um clima instrumental muito intenso. Um exemplo é "Dawn of the Hive", quase uma ópera rock recheada com uma parte instrumental bem longa e potente.

O interessante de ter três canções longas de cara é que o ouvinte tem a chance de (quase) entrar na cabeça dos membros do Killing Joke. "New Cold War", a última dessa sequência, beira o Black metal de tão forte e gritada que é, e "Euphoria" alia o já conhecido metal com ópera, criando uma ópera metal (?) – Coleman é arranjador e maestro, então faz sentido essa mistura. O começo de "New Jerusalem" é mais suave do que as anteriores, mas logo se transforma em algo tão pesado e intenso quanto.

Em uma história centrada em tons políticos e apocalípticos, "War on Freedom" aparece no exato momento em que o mundo passa por mais um conflito – o refrão tem um ar quase de ‘vamos à luta’. O tom quase de adoração de "Big Buzz" é substituído pela loucura do industrial rock de "Delete". A ótima "I Am The Virus" e a totalmente industrial "Into the Unknown" fecham o disco.

Aqui temos mais um ótimo trabalho do Killing Joke. Perto de muita coisa que é consumida nos tempos atuais, a banda ainda segue fresca e relevante no cenário, mesmo não fazendo seu melhor disco – o que diz muito sobre o atual cenário.

Tracklist:

1 - "Autonomous Zone"
2 - "Dawn of the Hive"
3 - "New Cold War"
4 - "Euphoria"
5 - "New Jerusalem"
6 - "War on Freedom"
7 - "Big Buzz"
8 - "Delete"
9 - "I Am The Virus"
10 - "Into the Unknown"

Nota: 3,5/5



Veja também:
Resenha: Jeff Lynne's ELO – Alone in the Universe
Resenha: Supercordas – Terceira Terra
Resenha: Billy Gibbons – Perfectamundo
Resenha: John Grant – Grey Tickles, Black Pressure
Resenha: Titus Andronicus – The Most Lamentable Tragedy
Resenha: Sara Não Tem Nome – Ômega III
Resenha: EL VY – Return to the Moon

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.