Resenha: Beirut – No No No


O Beirut é dessas bandas que fez muito sucesso no Brasil graças a canção "Elephant Gun" que fez parte da trilha sonora da minissérie Capitu, da Globo. Pois bem, o projeto capitaneado por Zach Condon ainda segue na ativa e acaba de colocar no mercado No No No, sucesso de The Rip Tide, de 2011. Quatro anos depois, o difícil é saber se tinha como o Beirut ficar ainda mais chato.

Daí o que acontece? Eu quebro a cara com a ótima "Gibraltar". Ótima mesmo. Mesclando o folk, ritmos africanos e uma letra bem etérea, ela cresce e fica muito interessante perto do fim da primeira metade. Mas claro que o encanto inicial acabaria na chata e pedante "No No No" – ela tem tudo que torna o Beirut bem insuportável para quem não gosta da banda.

Ainda bem que "At Once" tem pouco mais de dois minutos, porque é pretensiosa demais para meu gosto, mas até que a parte instrumental da melodia é interessante. Maior em duração do que as duas anteriores, "August Holland" consegue trabalhar melhor aspectos faltantes, como um refrão mais chamativo e uma melodia mais fácil. Agradável mesmo é a instrumental "As Needed" (o violino usado de base deu uma cara bem madura à faixa).

"Perth" entra na lista daquelas animadinhas de potencial para fazer a alegria dos fãs – não precisa ser genial, basta ser dançante, o que é o caso aqui. E se "Pacheco" não chama muito atenção por ser comum e sem graça, "Fener" consegue dar uma subida no nível. Por fim, "So Allowed" é aquele tipo de canção que o Beirut fez em quase todos os discos e que dá um sono danado.

A irregularidade pesa muito nesse novo trabalho da banda. Pelo menos, quatro das cinco canções são chatas e sonolentas, dando a impressão de que não vão acabar nunca. Sorte que o álbum tem menos de meia hora, porque haja pretensão de ser aquilo que eles não são – no caso, legais.

Tracklist:

1 - "Gibraltar"
2 - "No No No"
3 - "At Once"
4 - "August Holland"
5 - "As Needed"
6 - "Perth"
7 - "Pacheco"
8 - "Fener"
9 - "So Allowed"

Nota: 2/5



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