Black Crowes — “Happiness Bastards” (Silver Arrow)
Inegavelmente, o Black Crowes é uma das melhores e mais divertidas bandas dos anos 1990. Entre idas e vindas e projetos solos dos integrantes, ficou aquele gostinho de quero mais, sendo mais um caso de retorno aventado por aí até realmente acontecer… Três meses antes da pandemia de COVID-19. Foram dois anos até os primeiros shows do grupo reformado pelos irmãos Chris e Rich Robinson e mais cinco até “Happiness Bastards”, nono disco da carreira. Com pegada country rock de sempre, misturadas com baladas espertas, mostra a banda em forma e pronta para fazer bem o que sempre fez.Avaliação: bom
Iron & Wine — “Light Verse” (Sub Pop)
Muitas vezes, qualquer um de nós fica tanto tempo sem ouvir um artista que esquecemos o quanto gostamos das músicas. É meu caso com o Iron & Wine, projeto musical de Sam Beam. “Light Verse”, primeiro disco de inéditas desde “Beast Epic” (2017), ele retorna melhor do que nunca no formato voz e violão em faixas melancólicas e recheadas de arranjos de cordas, uma percussão certeira. Feito com calma ao longo os últmos sete anos, o repertório traz algumas das melhores canções da carreira dele, como a otimista “Sweet Talk” e a potente “All in Good Time”, com participação de Fiona Apple.
Avaliação: ótimo
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Melvins — “Tarantula Heart” (Ipecac)
O Melvins celebra os 40 anos de banda com “Tarantula Heart”, um álbum ainda mais esquisito do que eles já são usualmente. Com os 19 minutos de “Pain Equals Funny” abrindo os trabalhos, o quinteto de gravação soltou o braço nos instrumentos, então tem para todos os gostos: solos de guitarra, duas baterias insanas (sim, isso mesmo) baixo presente e as letras de Buzz Osborne mais excêntricas do que nunca. O resultado é um álbum pesado e uma ótima celebração do legado de uma banda independente que ainda segue por aí firme e forte.
Avaliação: muito bom
Lenny Kravitz — “Blue Electric Light” (Roxie/BMG)
Lenny Kravitz é um veteraníssimo na música que estava há seis anos sem um álbum de inéditas. Em “Blue Electric Light”, ele se debruça em todas as influências da carreira em um álbum bastante irregular. Ao longo de quase uma hora de duração, ele passa por bons momentos (“Honey”, “Love Is My Religion”, “Spirit in My Heart”) e por canções que soam um cover mal-feito dele mesmo (“Paralyzed”, “Let it Ride”) em um disco muito longo e esquecível.
Avaliação: regular
Paul Weller — “66” (Polydor/Solid Bond)
Paul Weller conseguiu ser um dos melhores nomes da música nos anos 1980 ao fazer parte do The Jam e do Style Council, duas bandas com propostas musicais completamente diferentes, mas igualmente ótimos. Agora, aos 66 anos, ele celebra a idade em um trabalho recheado de colaboradores — incluindo Noel Gallagher e Bobby Gillespie. Ainda inovador e buscando ir além do esperado pelo público e pela crítica, Weller fala da própria mortalidade e vai ao acústico ao experimental sem o menor pudor. Mais uma vez, ele lança algo imperdível.
Avaliação: muito bom
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