Cinco discos #2: Pond, Beachwood Sparks, O., DIIV e Mui Zyu

Pond - “Stung!” (Spining Top)

Muitas pessoas tiveram contato com o gênero psicodélico através do sucesso do Tame Impala, de Kevin Parker, mas a Austrália tem outra banda do estilo muito boa, o Pond. Recentemente, o grupo lançou “Stung!”, o décimo trabalho e primeiro disco duplo. O álbum é uma celebração da importante marca e dos 15 anos da estreia, chamada “Psychedelic Mango”, de 2009. Eles são figurinhas carimbada desses anos de blog, descobertos por caso em uma dessas andanças pelos serviços de streaming e conseguem entregar mais um disco dos mais divertidos, com destaque para “(I’m) “Stung”, “So Lo”, “O’ UV Ray” e “Elephant Gun”.

Avaliação: muito bom


Beachwood Sparks - “Across The River Of Stars” (Curation)

O tempo passa e algumas bandas, sem lançar material inédito, acabam sendo adormecendo no cérebro por um longo tempo. Mas, quando voltam, é sempre uma alegria imensa. É o caso do Beachwood Sparks, com “Across The River Of Stars”, primeiro álbum de inéditas em mais de uma década. Banda country bem americana, eles apostam nas ótimas harmonias para atrair novos e velhos ouvintes em um trabalho com pouco menos de 30 minutos de duração e muito gostoso de ouvir. É desses impossíveis de parar.

Avaliação: muito bom

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O. - “WeirdOs” (Sppedy Wunderground/ PIAS)

A chance de um duo chamado O. soltar o álbum “WeirdOs” e não ser música esquisita é a mesma dos prédios em Santos serem retos. Trabalho de estreia de Joe Henwood e Tash Keary é feito pela mistura do pós-punk, com Miles Davis a partir do “Bitches Brew” e muitos sintetizadores para criar um clima instrumental cheio de efeitos e nuances, quase como se eles estivessem contando uma história. O ponto de destaque é como a dupla consegue fazer tanto com tão pouca coisa, uma prova que quantidade nem sempre se reflete em ótima qualidade. Aqui, o menos é mais se encaixa muito bem em uma das estreias mais instigantes do ano.

Avaliação: muito bom


DIIV - “Frog In Boiling Water” (Fantasy/ Concord)

O shoegaze e o dream pop nunca estiveram tão em alta como nos últimos anos, nem mesmo nos melhores momentos do gênero lá no final dos anos 1980 e início da década seguinte. A influência é tão grande que alguns dos veteranos estão em alta, caso do ótimo DIIV. Banda do Brooklyn, eles conseguem ser uma das melhores coisas do shoegaze da última década ao confirmar isso nesse novo álbum, um equilíbrio entre momentos mais pesados (“Soul-net) e baladas levíssimas (“Evereyone Out”).

Avaliação: ótimo

Mui Zyu - “nothing or something to die for” (Father/Daughter)

De família cantonesa, Eva Lui nasceu na Irlanda do Norte e passou a infância em Londres até lançar o primeiro álbum da carreira. Se na estreia ela apostava na influência da família, em “nothing or something to die for” a cantora explora o mundo em uma produção mais encorpada ao trabalhar em um estúdio pela primeira vez. Com acesso a instrumentos nunca usados antes, Mui Zyu explora a fraqueza humana em canções melancólicas, enquanto celebra o fato de todos estarmos juntos no mesmo barco desse aprendizado chamado vida. Dos novos artistas, Zyu soa uma das melhores e mais interessantes para acompanhar pelos próximos anos.

Avaliação: ótimo

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