Crítica: Animal Collective - Isn't It Now?

O Animal Collective gera amor e ódio por parte de fãs e críticos há muitos anos, um sentimento que vai e vem de acordo com o álbum lançado no momento ou a lembrança de alguma coisa que eles tenham feito anteriormente. Até o início de 2022, o grupo estava há seis anos sem um lançamento de inéditas. Então, veio "Time Skiffs". E, surpreendendo a todos um ano e meio depois, chega "Isn't It Now?".

O susto pelo novo trabalho nem veio pelo lançamento em si, mas pelo primeiro single ser "Defeat", uma canção com 21 minutos de duração. Se apostavam alto antes, agora dobraram a aposta com um álbum com 64 minutos de duração — o maior da discografia até o momento. A faixa começa com um clima meio música tradicional indiana misturado com eletrônica, ficando assim por quase dez minutos. Até que o tom sobe e ganha um ar mais pop com traços de experimental, mas depois parte para uma completa viagem psicodélica e fica assim até o final. Ufa.

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E o resto do álbum? Só duas faixas tem menos de três minutos de duração, "Broke Zodiac" e "All the Clubs Are Broken". O resto chega bem perto dos quatro minutos ou ultrapassa com louvor esse tempo. "Soul Capturer" abre de maneira animada, enquanto "Genie's Open" usa o lado psicodélico para criar um clima de relaxamento. E "Magicians from Baltimore" apela para um tom místico nunca usado até então.

A grudenta "Gem & I" contrasta com o tom melancólico de "Stride Rite" ("Ah, this winter's sorrow's hard I know/ But you've been through worse and back/ All in time/ Don't hide behind, this love is wide/ Just take a stride, might even have to climb") para encerrar com a "estranha" "King's Walk".

Uma banda ficar seis anos sem nenhum trabalho de inéditas, desde quando música virou algo também comercial, é quase uma sentença pelo esquecimento. Mas o Animal Collective, com dois bons trabalhos seguidos, mostra que a espera compensa ao conseguir colocar na mesa todos os experimentos possíveis em um trabalho longo, complexo e cheio de camadas, mas envolvente do início ao fim.

Tracklist:

1 - "Soul Capturer"
2 - "Genie's Open"
3 - "Broke Zodiac"
4 - "Magicians from Baltimore"
5 - "Defeat"
6 - "Gem & I"
7 - "Stride Rite"
8 - "All the Clubs Are Broken"
9 - "King's Walk"

Avaliação: muito bom

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