Resenha: Bruce Springsteen - Only the Strong Survive

Bruce Springsteen é um dos maiores e melhores personagens vivos da história da música. Com uma carreira perto de completar 50 anos do lançamento do primeiro álbum de estúdio, ele deu início às celebrações com "Only the Strong Survive", 22º disco da carreira, uma homenagem aos grandes nomes do R&B e soul dos Estados Unidos.

O cantor quis homenagear os grandes nomes dos gêneros, bandas, cantores e cantoras que ouviu ao longo de toda infância, adolescência e início da idade adulta. Logo na abertura, Springsteen traz a faixa-título, conhecida na voz de Jerry Butler. E colocando o espirito do espetáculo dele na Brodway, um especial na Netflix, ele reveza entre cantar e declamar a letra. Ao fazer isso, ele não tenta fazer só fazer um cover da canção, mas imprimir o próprio ritmo ao transformar em algo feito para ele.

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Sam Moore aparece para dar ainda mais potência para a bonita "Soul Days" ("It's gonna be a soul day/ I laid back sunning/ Sweet summer soul days"), mas é na versão de "Nightshift", dos Commodores, que Springsteen mostra como é possível fazer uma versão gospel de uma canção ótima desde o início. E a E Street Band faz de "Do I Love You (Indeed I Do)" uma música para eles até o final dos tempos em uma releitura de encher os olhos.

A balada melancólica "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" ganha ainda mais poder com Springsteen, que canta cada verso como se a vida dele dependesse disso ("The sun ain't gonna shine anymore/ The moon ain't gonna rise in the sky/ The tears are always clouding your eyes/ When you're without love/ Baby"). E depois a agitada "Turn Back the Hands of Time", vem a balada inocente "When She Was My Girl", cantada por Springsteen como se ele estivesse no início da carreira.

"Hey, Western Union Man" ganha ares de balada sobre o envio de um telegrama, coisa que as pessoas nascidas no século XXI não têm a menos ideia, e "I Wish It Would Rain" apresenta um arranjo bem sofisticado, já o clima ao vivo de "Don't Play That Song" faz a interpretação de Springsteen ganhar ainda mais força, como o arranjo de metais em "Any Other Way". Moore retorna na melancólica "I Forgot to Be Your Lover" ("Oh, I forgot to be your lover/ And I'm sorry, but I'll make it up to you somehow").

A versão gospel de "7 Rooms of Gloom" abre a parte final do trabalho, que apresenta em "What Becomes of the Brokenhearted" um dos melhores momentos do trabalho, encerrado com uma versão de "Someday We'll Be Together" - popularizada por ser última gravação de Diana Ross com as Supremes, lançada em 1969.

Bruce Springsteen faz de "Only the Strong Survive" uma bonita homenagem aos ídolos de tempos memoráveis na música. Com bom gosto nos arranjos e nas interpretações, ele mostra mais uma vez o motivo de ser um dos músicos mais admirados do mundo.

Tracklist:

1 - "Only the Strong Survive"
2 - "Soul Days" (featuring Sam Moore)
3 - "Nightshift"
4 - "Do I Love You (Indeed I Do)"
5 - "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore"
6 - "Turn Back the Hands of Time"
7 - "When She Was My Girl"
8 - "Hey, Western Union Man"
9 - "I Wish It Would Rain"
10 - "Don't Play That Song"
11 - "Any Other Way"
12 - "I Forgot to Be Your Lover" (featuring Sam Moore)
13 - "7 Rooms of Gloom"
14 - "What Becomes of the Brokenhearted"
15 - "Someday We'll Be Together"

Avaliação: ótimo

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