Resenha: Taylor Swift - Midnights

Taylor Swift virou uma dessas artistas que arrasta multidões aos serviços de streaming ao menor movimento e gera muita expectativa em qualquer anúncio que faça - musical ou não. Não foi diferente quando confirmou o lançamento de "Midnights", décimo disco de estúdio da carreira e sucessor de "Evermore", lançado em 2020.

A ousadia do álbum anterior deu lugar a algo mais simples nas letras e menos ousado nos arranjos e nos elementos para construção das melodias. "Lavender Haze" abre o trabalho de um jeito bem romântico, quase bobinho, e bem direto no discurso, complementado pela adulta "Maroon" - uma clara evolução e amadurecimento do discurso da época de "Red".

Veja também:
Resenha: Planet Hemp - Jardineiros
Resenha: King Gizzard & the Lizard Wizard - Laminated Denim
Resenha: Alvvays - Blue Rev
Resenha: King Gizzard & the Lizard Wizard - Ice, Death, Planets, Lungs, Mushrooms and Lava
Resenha: Yeah Yeah Yeahs - Cool It Down
Resenha: Pixies - Doggerel

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Uma ótima música é "Anti-Hero", com um andamento um pouco mais ousado e um refrão bem grudento, com a cantora dialogando com os últimos anos carreira, quando apresentou uma evolução e amadurecimento notáveis no repertório. E Lana Del Rey surge para colaborar na etérea "Snow on the Beach" para falar sobre duas pessoas apaixonadas.

As letras simples de "You're on Your Own, Kid" e "Question...?" não vão entrar na lista das favoritas de quem gostou do álbum anterior, mas, para quem está nessa há mais tempo, é quase como um retorno às raízes. Mas ela faz um agrado em "Midnight Rain" e "Vigilante Shit", cheia de elementos mais estranhos e menos pop, com a segunda sendo a tradicional música sobre vingar-se de algum ex-namorado famoso.

"Bejeweled" e "Karma" trazem o pop ao jogo em ótimas canções que, com um momento épico antes do refrão, têm muito potencial para ser uma das melhores do novo repertório nos shows, enquanto "Labyrinth" apresenta um tom meio estranho se comparado com as outras. As baladas "Sweet Nothing" e "Mastermind", com destaque para a última, encerram o trabalho.

Não é disco mais genial de Taylor Swift, mas ela entrega boas canções de apelo pop e consegue aliar bem o momento dos últimos trabalhos com o passado das letras simples. Há muita coisa a ser aproveitada no retorno às turnês, uma prova da força da cantora na construção de uma discografia bem sólida.

Tracklist:

1 - "Lavender Haze"
2 - "Maroon"
3 - "Anti-Hero"
4 - "Snow on the Beach" (featuring Lana Del Rey)
5 - "You're on Your Own, Kid"
6 - "Midnight Rain"
7 - "Question...?"
8 - "Vigilante Shit"
9 - "Bejeweled"
10 - "Labyrinth"
11 - "Karma"
12 - "Sweet Nothing"
13 - "Mastermind"

Avaliação: muito bom

Comentários