Resenha: Interpol - The Other Side of Make-Believe

Parte integrante da cena musical de Nova York do início dos anos 2000, o Interpol nunca fez parte de determinadas modas ou interrompeu a carreira em algum momento para retornar anos depois. Ao contrário, o hoje um trio manteve-se firme e lançando trabalhos em um ritmo bem calmo para os atuais padrões de exigência da indústria.

Quatro anos após o lançamento de "Marauder", eles retornam com "The Other Side of Make-Believe", lançado na última sexta-feira (15). E o Interpol entrega o que o Interpol vem entregando há anos: consistência em boas canções com algumas abordagens diferentes do habitual, algo sempre curioso para prestar atenção.

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Veja também:
Duas resenhas: Guided by Voices e Willie Nelson
Resenha: Neil Young with Crazy Horse - Toast
Resenha: Porcupine Tree - Closure/Continuation
Resenha: Nick Cave - Seven Psalms
Resenha: Soccer Mommy - Sometimes, Forever
Resenha: Tom Zé - Língua Brasileira

Diferentemente do imaginado, a banda apresenta uma mensagem de esperança sobre o atual momento da humanidade. Afinal, o mundo já passou por vários momentos difíceis e tudo (ou quase) foi superado. Começando por "Toni", passa por "Fables" até chegar em "Into the Night", uma canção cheia de metáforas e, olhando os trabalhos anteriores, é construída de uma forma pouco usual.

O álbum também traz histórias de personagens em primeira pessoa em "Mr. Credit", assim como uma nova abordagem na composição ao usar o piano em "Something Changed", na exploração musical da bateria em "Renegade Hearts" ou na guitarra em "Passenger". Essas três canções mostram que o Interpol está interessado em outras coisas duas décadas após o lançamento do disco de estreia. E isso é uma boa notícia.

A parte final traz o grupo mais alinhado com os trabalhos anteriores, caso de "Greenwich" e seu refrão bem grudento, "Gran Hotel" e a linha de baixo feita em 45 minutos, a etérea "Big Shot City" e encerra com "Go Easy (Palermo)", a faixa mais Interpol possível de todo álbum.

Entre usar novos instrumentos como base das canções e seguir fazendo o de sempre, o Interpol consegue o equilíbrio em "The Other Side of Make-Believe". Não é o melhor trabalho deles, mas está longe de ser ruim. Talvez, como é recorrente, seja necessário um tempo maior para ouvir com calma as canções. Talvez o futuro seja mais generoso com esse álbum.

Tracklist:

1 - "Toni"
2 - "Fables"
3 - "Into the Night"
4 - "Mr. Credit"
5 - "Something Changed"
6 - "Renegade Hearts"
7 - "Passenger"
8 - "Greenwich"
9 - "Gran Hotel"
10 - "Big Shot City"
11 - "Go Easy (Palermo)"

Avaliação: bom

Comentários

  1. Essa banda deveria ter acabado depois dos espetaculares " Turn On..." e "Antics"...de lá pra cá ficaram enfadonhos, chatos pra carái !!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Usem os comentários com parcimônia. Qualquer manifestação preconceituosa, ofensas e xingamentos são excluídos sem aviso prévio. Obrigado!