Resenha: Elvis, de Baz Luhrmann

"Eu nunca fiz nada para eternidade", diz Elvis Presley em determinado trecho de "Elvis". Mal sabia que, 45 anos após morrer, ele ainda seria alvo de interesse por várias gerações nascidas muito depois dos melhores momentos da carreira. É esse personagem fascinante que o diretor Baz Luhrmann explora em um longa que mostra a que veio logo nos primeiros minutos ao mostrar que chega forte nas premiações.

Diferentemente do esperado por qualquer um, a história de "Elvis" é narrada pelo empresário Colonel Tom Parker, brilhantemente interpretado por Tom Hanks. Uma história contada tantas vezes de tantas formas precisa de algo para chamar a atenção do público, então essa escolha faz sentido.

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A partir do momento em que somos apresentados a isso, começa a edição frenética. Usando muitos efeitos especiais, truques narrativos espertos, muitas animações, transições e muita música, vemos uma história mantendo apenas uma narrativa: a relação do cantor, interpretado por Austin Butler, e Parker. De história em história, de momento importante a momento importante, os únicos personagens em tela o tempo inteiro - em momentos felizes e tranquilos - são os dois.

Essa edição com poucos momentos de respiro incomoda um pouco nos primeiros minutos, mas, acostumado, é possível ver como nada é por acaso. Mostrar como Elvis sempre foi fã do soul, blues e gospel colabora para varrer a falácia de ele ter "roubado" muitas músicas. Não, ele cantava o que gostava de ouvir e ponto. Ou ainda ao mostrar quem era o pilantra de marca maior chamado Colonel Tom Parker. Ou como Elvis tentou sair das garras dele em vários momentos, mas a relação abusiva em vários parâmetros foi mantida até o fim da vida do cantor, em 16 de agosto de 1977, aos 42 anos.

Luhrmann se preocupa em cobrir todos os momentos importantes da carreira de Elvis sem deixar de lado personagens importantes, como B.B. King, Sister Roseta Tharpe, Little Richard e, claro, os momentos musicais e no cinema. Afinal, as pessoas vão ao cinema ver um filme sobre um dos precursores do rock para também ouvir as músicas e, no caso de Elvis, para ver algo sobre os filmes protagonizados por ele. E, ainda que levemente, a relação dele com Priscilla Presley, com quem foi casado por seis anos. E a parte final fará muitas pessoas irem às lágrimas.

"Elvis" é a história de um ícone do século XX, contada no ritmo do século XXI. Com os dois atores principais muito bem nos respectivos papéis, o filme cumpre o papel de mostrar o maior astro do rock de todos os tempos de jeito que a nova geração vai gostar. E os fãs mais antigos vão ficar satisfeitos.

Avaliação: bom

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