Resenha: Harry Styles - Harry's House

Harry Styles é mais um desses casos de artista que deixa a banda de sucesso para iniciar uma carreira solo. No caso dele, além de carregar a base de fãs do One Direction, o fato de ter conseguido arrebanhar mais gente para ouvir os discos lançados é um grande trunfo, já que todos os trabalhos têm uma veia pop adulta e um amadurecimento musical conquistado com ajuda do próprio talento e de uma enorme produção.

Lançado há poucos dias, "Harry's House" é o terceiro disco de estúdio do cantor e fecha essa trilogia iniciada com o álbum homônimo em 2017. Ao olhar para trás, a evolução do repertório, do jeito de cantar e das letras é notória. Um exemplo disso é a abertura, "Music for a Sushi Restaurant", uma faixa à Prince bem dançante.

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O trabalho segue cheio de inspirações: "Late Night Talking" traz a veia da disco music dos anos 1970, "Grapejuice" apresenta uma música pop muito simples sobre se isolar com a pessoa amada para ficar longe do agito e os anos 1980 surgem com balada melancólica "As It Was", com o vocal de Styles inteiro no sintetizador. O cantor passeia pelos diferentes gêneros para contar variadas histórias com bastante competência e uma ótima produção, pontos fundamentais em trabalhos do tipo.

"Little Freak" é outra balada bem suave sobre relacionamentos e, grudenta, funciona bem na construção do álbum e se encaixa bem com o restante, mas a melhor do disco é "Matilda" por apostar na simplicidade. Praticamente uma faixa demo com pequenos ajustes, a sétima canção é uma balada melancólica no violão. Ao abordar solidão de um jeito tão simples, quase inocente, ele faz um golaço.

O momento solar aparece na animada "Daydreaming", essa fala da felicidade em estar em um relacionamento. Mais uma feita para dançar, o arranjo tem um sampler de "Ain’t We Funkin Now", dos Brothers Johnson. A parte final do trabalho é recheada de canções inspiradas nos anos 1980, com destaque para "Satellite".

"Harry's House" é mais um acerto da carreira solo de Harry Styles, cada vez melhor. O novo álbum não faz do cantor um refém das referências escolhidas. Ao contrário, ao usá-las bem e com parcimônia, mostra um quê de originalidade em uma música pop com cada vez mais preocupação das gravadoras com as redes sociais.

Tracklist:

1 - "Music for a Sushi Restaurant"
2 - "Late Night Talking"
3 - "Grapejuice"
4 - "As It Was"
5 - "Daylight"
6 - "Little Freak"
7 - "Matilda"
8 - "Cinema"
9 - "Daydreaming"
10 - "Keep Driving"
11 - "Satellite"
12 - "Boyfriends"
13 - "Love of My Life"

Avaliação: muito bom