Resenha: Mr. Saturday Night, de John Maggio


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Ainda na série de documentários Music Box, do HBO Max, um dos episódios disponibilizados nos últimos dias de 2021 foi "Mr. Saturday Night", história de como Robert Stigwood, empresário de bandas como Cream e Bee Gees, entrou na indústria cinematográfica e mudou a história dele, da Paramount e de John Travolta.

O longa dirigido por John Maggio é baseado em áudios dos depoimentos, seja de arquivo ou recentes, e em uma quantidade insana de imagens de arquivo — algo inacreditável. A trama é dividida em três partes: o início de Stigwood na música até o momento da independência, incluindo aí uma briga com os Beatles, o momento em que viu que o cinema e teatro, com boas músicas de apoio, poderiam ser uma mina de ouro e os momentos finais dos dias de glória.

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Stigwood tinha um incrível talento para garimpar talentos e reconhecer potencial das coisas. Por exemplo, ao apostar nos Bee Gees quando a banda estava em baixa, dar um contrato milionário para Travolta, um astro de um programa de comédia na TV, ou ainda apostar em uma história e transformá-la em um filme de sucesso. Foram apostas ousadas e caras, e poderiam ter dado completamente errado nas mãos de qualquer outra pessoa. Mas ele parece ter um toque de ouro, uma ambição que fazia qualquer um que trabalhava com ele acreditar em cada palavra dita.

Os depoimentos e as imagens ajudam a contar, esclarecer e mostrar pontos de vista da música gravada pelos Bee Gees e da produção de "Os Embalos de Sábado à Noite", a grande aposta de Stigwood para ganhar rios de dinheiro pelo resto da vida entre acordos perigosos e apostas completamente malucas para alguém arriscar o próprio pescoço. Entre irritação de outras pessoas e problemas na produção, ele demonstrava uma confiança pouco vista na indústria. No fim, deu tudo certo para ele. O final, em meio a processos e descrédito da nova geração, acabou por isola-lo dos negócios. Acabou sendo melhor assim.

O papel de "Mr. Saturday Night" é mostrar como, em cinco anos, Stigwood ditou a indústria da música, do teatro e do cinema com peças, filmes e canções extremamente populares que entraram na vida das pessoas para nunca mais sair. Aposto que, se você não tem, certamente conhece uma pessoa com os discos das trilhas de "Os Embalos de Sábado à Noite" e "Greese — Nos Tempos da Brilhantina" em casa — eu tenho.

De formato simples e bem editado, documentário ajuda a entender um pedaço da história e a mostrar como sempre haverá um maluco por aí disposto a arriscar o próprio dinheiro para tentar fazer algo. No caso de Stigwood, ele entrou para a história.

Avaliação: bom

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