Resenha: O Diabo na Encruzilhada, de Brian Oakes


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A história de Robert Johnson na música é tão encorpada pela lenda de ele ter feito um acordo com o diabo em uma encruzilhada e ter virado uma lenda do blues, que quase ninguém tenta ver além. Esse acaba sendo o papel do documentário "O Diabo na Encruzilhada", disponível na Netflix.

Em pouco menos de uma hora, o longa usa a história mais conhecida por trás do mito para ampliar a abordagem sobre ele. Por exemplo, Johnson estava na estrada, escondido, quando perdeu a primeira mulher e filho. Culpado pelos outros e sentindo-se culpado, a vida dele nunca mais foi a mesma.

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As entrevistas dos netos, pesquisadores e músicos que amam a curta e fundamental obra do músico iluminam o caminho para entender a vida de Johnson, abreviada aos 27 anos por envenenamento.

Mas é claro que a lenda é abordada e assim podemos aprender um pouco mais sobre as religiões afroamericanas, como o blues nasceu e alguns dos músicos mais famosos do gênero nos primórdios. E também é fundamental entender que aquela era a primeira geração de negros após a abolição da escravidão e o final da Guerra Civil, dois momentos que ainda não cicatrizaram por completo na história dos Estados Unidos.

"O Diabo na Encruzilhada" é um documentário muito importante não só para aprendermos sobre a lenda de Robert Johnson, mas para conhecer um pouco mais do homem que, cheio de defeitos e qualidades, moldou o blues como conhecemos e ajudou na formatação do rock.

Avaliação: muito bom

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