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Poucos artistas no mundo conseguem ter impacto real na vida das pessoas. E não digo fenômenos efêmeros de redes sociais, não. Digo artistas mesmo, desses que usam o respectivo talento para fazer transformações profundas naquilo que fazem e praticamente reinventam a roda de tão especiais que são.
Esse é o caso de Daniel Johnston (1961-2019), um artista que viveu intensamente, produziu muito e fez da própria vida uma arte. A história dele foi contada em 2005, no documentário "The Devil and Daniel Johnston", com o horrível título de "Loucuras de um Gênio" no Brasil.
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Dirigido por Jeff Feuerzeig, o longa começa mostrando como Johnston era considerado um garoto brilhante e criativo na infância, mas, quando o transtorno bipolar chegou, a vida dele e das pessoas próximas não foi mais a mesma. Para começar, ele passou a gravar diários em fita e a contar a própria vida. E passou a pintar. Disso, passou a compor. O desejo dele em ser um artista era notório e ninguém o pararia, nem mesmo o distúrbio.
Para a família dele, Johnston passou a ser um problema pelas variações de humor constantes, abandonos de empregos e muitos outros problemas, contados em detalhes. Até internado em clínicas ele foi, mas nunca deixou de seguir criando, seja desenhando ou compondo.
Em uma história tão cheia de altos e baixos, idas e vindas, é fundamental uma direção que organize isso. E Feuerzeig faz isso muito bem, principalmente pela habilidade em aproveitar o conteúdo das fitas para que o próprio músico fale sobre ele mesmo, suas criações e mais, algo importante para tentarmos compreender como a cabeça dele funcionava.
Complementado por depoimentos e histórias paralelas de amigos e familiares, "The Devil and Daniel Johnston" não tenta fazer de Johnston um santo pelo talento incrível ou crucificá-lo pelas atitudes ruins que teve em algum momento da vida. É um documentário dos mais bonitos para mostrar como alguém genioso e genial pode impactar a vida de muita gente de um jeito ou de outro. E, sem dúvida, ele fez isso.
Avaliação: ótimo
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