Resenha: Marianne e Leonard - Palavras de Amor, de Nick Broomfield


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Quem acompanhou a carreira de Leonard Cohen sabe quem foi Marianne Ihlen e como ela impactou profundamente a vida do cantor e poeta ao longo de quase 60 anos. Desde o primeiro encontro até a separação, eles viveram um amor tão intenso que impactou amigos e até mesmo fãs.

Mas "Marianne e Leonard: Palavras de Amor" não é apenas feito para quem gosta do trabalho de Cohen. O documentário dirigido por Nick Broomfield também é uma lição de boas entrevistas e do bom uso das imagens de arquivo, fundamentais para entender a relação dos dois, traçar um importante perfil de Ihlen, como uma mulher prestes a se divorciar e com um filho para criar, e mostrar a fragilidade do cantor em vários momentos ao longo da vida.

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Broomfield usa e abusa dos arquivos, de entrevistas antigas do casal até inacreditáveis imagens da lindíssima ilha de Hidra, na Grécia, casa por muitos anos do tórrido romance, da admiração mútua de um pelo outro, e de inspiração para Cohen, um poeta com sede de trabalho. E foi lá que o flerte com a música virou a mudança definitiva de carreira principal.

A edição é muito esperta ao usar o romance dos dois como ponto principal para contar a história do mundo ao longo de mais de três décadas. Do casamento aberto como solução para acabar com tédio de relações até o uso e abuso de drogas ao longo dos anos 1970, o longa ajuda a entender como a relação amorosa de Marianne e Leonard também é fruto de uma época em que determinadas coisas eram melhores aceitas do que hoje em dia.

O documentário é apoiado por entrevistas de amigos de ambos, produtores e integrantes da banda de Cohen. A contribuição de todos ajuda a consolidar o perfil de ambos e a história de Ihlen acaba sendo a mais interessante justamente por ela não ser famosa, sendo possível entender os motivos que o levaram a fazer dela a musa inspiradora de uma vida, os problemas e o ponto final na relação amorosa entre eles.

Broomfield faz de "Marianne e Leonard: Palavras de Amor" uma homenagem aos dois, mortos com apenas uatro meses de diferença. E é possível compreender a bonita história de um amor profundo que nunca acabou definitivamente, apenas ficou guardado. Aposto que você vai chorar nos 15 minutos finais.

Avaliação: muito bom

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