Resenha: Taylor Swift - Folklore


É inegável dizer que Taylor Swift mexe com as pessoas de um jeito ou de outro. Na última sexta-feira, com o anúncio feito um dia antes, ela disponibilizou um novo álbum de estúdio. "Folklore" acabou sendo um dos assuntos mais comentados na internet ao longo dos dias, desde os fãs tentando encontrar qualquer migalha de mensagem cifrada até gente que pouco ou não fala nada sobre a cantora, mas foi ouvir apenas por pura curiosidade. E é justamente movimento o segundo grupo que ela chama cada vez mais atenção ao conseguir furar a bolha dos fãs.

Não é de hoje que Swift faz isso, desde movimentos friamente calculados, como diria aquele herói de vermelho, até coisas que fugiram (um pouco) do controle. Com tudo isso, é possível dizer que é quase impossível, se não ouvir o disco na íntegra e fazer postagens no Twitter comentando todas as faixas, ficar incólume ao nome da cantora quando alguma coisa acontece.

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É inegável que "Folklore" é um dos melhores álbuns desse ano, porque a qualidade dos detalhes é inegável. É bom lembrar que Swift é um cantora de grandes lugares, de espetáculos gigantescos, de momentos grandiosos no palco. Um trabalho assim exige um recuo quase até o início da carreira, quando ela, como muitas outras garotas, tentava ser uma estrela do country. Só que há um toque a mais nisso agora: o fato de conseguir contar com toda produção e músicos que o dinheiro pode comprar.

Dinheiro não é garantia de fazer música boa, vide alguns fracassos recentes de grandes astros e estrelas recentemente, mas Taylor Swift consegue fazer o investimento valer a pena ao escolher com cuidado os colaboradores. Transformar uma ideia em um álbum demanda tempo, então nada melhor do que se cercar com o melhor possível à disposição. E a pandemia do novo coronavírus ainda deu esse tempo necessário e indisponível antigamente para sentar, planejar e gravar as músicas.

Musicalmente, "Folklore" apresenta o tipo de material que consagrou a cantora ao longo dos anos: falar sobre ela mesma. Essa comunicação, direta ou indireta, já foi vista em todos os outros trabalhos, mas a forma como escolheram apresentar é diferente. É como se ela quisesse mostrar que também pode fazer um tipo de música fora do padrão apresentado por ela ao longo dos anos. É como se, por direito, ela pudesse dar um tiro no escuro de vez em quando apenas para ver como as pessoas reagem. Esse álbum ainda não é como se estivéssemos vendo uma total ruptura com um passado não tão distante assim, apesar de soar essa a vontade dela.

Das 16 músicas, uma em especial chama atenção: a parceria com Bon Iver. Entre todos os músicos disponíveis, ele era o mais improvável -- e quem apostou nele deve ter ganhado sozinho alguma aposta. O jeito como o trabalho dos dois casou é o jeito de ver como Swift se aproximou mais do estilo de Iver do que ao contrário.

Esse ano de 2020 tem sido muito louco em vários aspectos e não canso de falar nisso em cada texto ou resenha aqui no blog. E esse tempo serviu para mostrar que até mesmo Taylor Swift tinha vontade de lançar um álbum no estilo indie em algum momento da carreira. Resta saber se "Folklore" será algo solto na discografia ou se esse tipo de gravação veio para ficar.

Tracklist:

1 - "The 1"
2 - "Cardigan"
3 - "The Last Great American Dynasty"
4 - "Exile" (featuring Bon Iver)
5 - "My Tears Ricochet"
6 - "Mirrorball"
7 - "Seven"
8 - "August"
9 - "This Is Me Trying"
10 - "Illicit Affairs"
11 - "Invisible String"
12 - "Mad Woman"
13 - "Epiphany"
14 - "Betty"
15 - "Peace"
16 - "Hoax"

Avaliação: ótimo



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