Resenha: Lady Gaga - Chromatica


Não parece, mas Lady Gaga estava há quase quatro anos sem lançar um disco de inéditas. Depois de "Joanne" (2016), ela lançou o documentário "Gaga: Five Foot Two" (2017), em que "abriu" um pouco da própria vida, e foi atriz em "Nasce Uma Estrela" (2018), concorreu ao Oscar em Melhor Atriz e levou naquele mesmo ano em Canção Original por "Shallow".

Ela prometeu que o novo trabalho seria um retorno às pistas de dança depois de ter diminuído um pouco o ritmo após seus grandes sucessos. E, realmente, está de volta com tudo em "Chromatica", sexto álbum de estúdio da carreira. Depois de uma curta introdução com uma faixa com um minuto cravado, o trabalho começa de fato em "Alice", faixa inspirada na história e no mundo de "Alice no País das Maravilhas". Aqui, a cantora apresenta seu próprio mundo e decide falar sobre seus sentimentos mais profundos.

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É possível ouvir logo de cara a influência da disco music, gênero que dominou o mundo entre meados dos anos 1970 até o início da década seguinte, do começo ao fim com algumas pequenas variações com subgêneros mais modernos. A cantora trata de assuntos sérios e da vida pessoal mais do que nunca. Parece que, finalmente, ela se sente confortável para expôr suas visões ao mundo sem carregar um peso -- seja ele qual for.

"Chromatica" é o mais puro desabafo de Lady Gaga em forma de música, como na parceria com Ariana Grande em "Rain on Me", primeiro single do álbum, ou "Free Woman", em que a cantora fala abertamente sobre ser vítima de abuso sexual por um produtor. Duas canções se destacam: "Fun Tonight", com seu momento épico pós-refrão muito dançante em que a cantora fala abertamente sobre felicidade, e "Sour Candy", uma colaboração com o grupo coreano chamado BLACKPINK.

O disco trabalha com interlúdios, servindo para mudar de assunto e até mesmo de gênero musical com um tanto mais de intensidade -- é o que acontece quando surge "Chromatica II" e, logo depois, vem "911". Ela também retorna às raízes ("Plastic Doll") e tem uma grande parceria com um veterano (Elton John em "Sine from Above"), o que prova que de boba ela não tem nada e sabe jogar muito bem esse jogo de agradar quem precisa ser agradado.

Lady Gaga conta com ajuda de nove produtores para entregar "Chromatica", o retorno ideal às pistas de dança. Feito com o ar de modernidade que o momento exige, o álbum funciona perfeitamente para agradar qualquer fã que goste de uma boa festa. E ela também pode conseguir angariar um ou outro não-fã justamente por ter a inteligência necessária para saber exatamente o que fazer com cada música. Máquina de marketing ao melhor modo "meus movimentos são friamente calculados", a cantora prova que ainda consegue entregar o que esperam dela.

Tracklist:

1 - "Chromatica I"
2 - "Alice"
3 - "Stupid Love"
4 - "Rain on Me" (with Ariana Grande)
5 - "Free Woman"
6 - "Fun Tonight"
7 - "Chromatica II"
8 - "911"
9 - "Plastic Doll"
10 - "Sour Candy" (with Blackpink)
11 - "Enigma"
12 - "Replay"
13 - "Chromatica III"
14 - "Sine from Above" (with Elton John)
15 - "1000 Doves"
16 - "Babylon"

Avaliação: muito bom




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