Resenha: Stone Temple Pilots - Perdida


Poucas bandas na história devem ter passado pelo que o Stone Temple Pilots passou nos últimos anos. Após ficar em hiato por quase uma década, a banda voltou em 2010 e parecia estar em um bom caminho com a formação original, mas o então vocalista Scott Weiland acabou sendo demitido em 2013. Ele morreria dois anos depois sem ter feito as pazes com os antigos companheiros.

O STP convidou Chester Bennington, do Linkin Park, para ser uma espécie de vocalista convidado e ele acabou sendo oficializado no posto também em 2013. Mas ele sairia dois anos depois para focar em sua banda original -- o vocalista cometeu suicídio em 2017. Restou ao grupo fazer audições até encontrar um substituto à altura do posto. Jeff Gutt, participante do reality show "X Factor", assumiu os vocais há quase três anos e estreou em "Stone Temple Pilots (2018)".

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Uma das reclamações constantes sobre o desempenho de Gutt é que ele soa uma simples cópia vocal de Weiland. Isso até poderia fazer sentido dentro do ponto de vista musical, já que muita gente não quer ficar órfã do mais próximo possível das interpretações de clássicos dos anos 1990. Ao mesmo tempo, ele pode soar apenas alguém sem personalidade alguma, muito diferente do trabalho de William DuVall no Alice in Chains -- aliás, ele está perto de completar 15 anos no posto.

"Perdida" é o segundo trabalho dessa nova formação e, diferente de qualquer outro, a banda optou por lançar um disco inteiramente acústico gravado em estúdio. Não dá para dizer que não é estranho, afinal eles lançaram "Plush", "Creep", "Vasoline", entre outras faixas cheias de guitarras e vocais. Então, se você é fã da banda, pode não se acostumar logo de cara com esse estilo de trabalho.

Talvez o grande problema ainda seja a falta de personalidade de Gutt, e isso fica ainda mais acentuado com algumas letras muito genéricas que aparecem por aqui. O que sobrou de inventividade nos arranjos e no uso de instrumentos incomuns para encorpar as canções, parece que faltou em algum momento na composição. As única faixas realmente boa, que realmente lembram os grandes momentos da banda, é balada com um solo de flauta(!!!) "She's My Queen" e "Miles Away", essa segunda com uma bonita ponte instrumental.

No mais, o disco pouco empolga ao oferecer canções genéricas e de pouco apelo para novos e velhos fãs. Não dá para saber quais serão os próximos passos, mas, definitivamente, outro trabalho acústico não parece ser o melhor caminho para a veterana banda.

Tracklist:

1 - "Fare Thee Well"
2 - "Three Wishes"
3 - "Perdida"
4 - "I Didn't Know the Time"
5 - "Years"
6 - "She's My Queen"
7 - "Miles Away"
8 - "You Found Yourself While Losing Your Heart"
9 - "I Once Sat at Your Table"
10 - "Sunbur"

Avaliação: regular



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