Resenha: Body Count - Carnivore


O Body Count é um projeto do rapper Ice-T quase tão velho quanto a carreira dele na música. Perto de completar 30 anos de atividade, a banda de heavy metal segue mais ativa do que nunca. E, em tempos tão nebuloso, o discurso de Ice-T continua dos mais necessários em vários aspectos. Se ele pode fazer isso no rap, por que não em sua banda de metal? Sucessor de "Bloodlust" (2017), "Carnivore" é o sétimo álbum de estúdio -- o terceiro em seis anos.

O Body Count continua fazendo um som muito pesado e, nos últimos anos, parece ter aumentado isso. Se a inspiração do grupo nos primórdios era Pantera e o metal mais extremo, agora o grupo parece ser a inspiração de muitos outros desde então. E ainda consegue ser extremamente político em suas letras, como no caso de "Point the Finger" (Wrong place, wrong time/ Stay out the streets is what they mama said/ Dead man, no crime/ School boys, they never broke a law/ Anywhere, any time/ They shoot first and ask questions last/ Could be yours, could be mine/ And then they point the finger at you/ (And then they point the finger at you)).

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Não é difícil avaliar que, em pleno 2020, quem segue politizado foi quem sempre ocupou esse caminho nos últimos ano. Não é difícil, caso você acompanhe o noticiário, entender o profundo significado da letra de "Bum-Rush" ou saber que "Another Level" é explicitamente como é difícil para qualquer afro-americano subir de vida por ser sempre menosprezado ou colocado de lado em vários momentos da vida, ou ainda na releitura do sucesso da carreira solo de Ice-T "Colors - 2020" -- uma pancada lançada em 1988 que ainda soa muito real em vários lugares do mundo.

As letras do álbum são reivindicações ou apontar de dedos que acontecem desde quando Ice-T iniciou a carreira. E se ele segue cantando quase as mesmas coisas quase 30 anos depois, significa que nada mudou. Isso diz muito mais sobre o mundo em que vivemos do que sobre a música do cantor, que segue das melhores nessa banda de heavy metal inventada por ele simplesmente por gostar do gênero desde a adolescência. A banda ainda arrumou um espaço para homenagear Lemmy Kilmister (1945-2015) com um cover de "Ace of Spades".

"Carnivore" surge como um álbum dos mais necessários nesse 2020 de pandemia mundial em várias coisas, não apenas na saúde, e mostra que a banda ainda tem muito para dar ao mundo beirando três décadas de vida.

Tracklist:

1 - "Carnivore"
2 - "Point the Finger" (featuring Riley Gale)
3 - "Bum-Rush"
4 - "Ace of Spades" (Motörhead cover) (Eddie Clarke, Ian Kilmister, Phil Taylor)
5 - "Another Level" (featuring Jamey Jasta)
6 - "Colors - 2020"
7 - "No Remorse"
8 - "When I'm Gone" (featuring Amy Lee)
9 - "Thee Critical Breakdown"
10 - "The Hate Is Real"

Avaliação: muito bom



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