Resenha: Ozzy Osbourne - Ordinary Man


Muito mais de uma vez, Ozzy Osbourne afirmou não saber o motivo de ainda estar vivo. Quem conhece a história sabe que não há o menor exagero na fala de, provavelmente, o vocalista mais famoso da história do heavy metal. Mas ele continua aí -- sabe-se lá até quando -- fazendo música, turnês e tudo que mais gosta quando o assunto é música, ainda que tudo isso seja parte de um grande plano da mulher/empresária Sharon Osbourne.

"Ordinary Man" é o 12º disco solo da carreira dele, o primeiro em mais de uma década. A grande pergunta nisso tudo talvez seja "o mundo precisa de mais um disco solo de um veterano do rock que, aparentemente, não aguenta mais ficar duas horas no palco desfilando hits, comendo morcegos falsos e usando cruzes invertidas?" É difícil responder sem estar perto o suficiente para avaliar se vale mesmo a pena. A notícia que esse novo álbum nem saiu direito e ele já vai correr para gravar mais músicas. Se ninguém sabe o que será dele no presente, que dirá no futuro?

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Uma coisa é certa: não dá para não falar que a carreira dele é mal gerenciada ou algo do tipo. Sharon é esperta o suficiente para saber dar cada passo, e Ozzy é esperto o suficiente para fazer uma boa dupla com ela. Por exemplo, precisava de Elton John em "Ordinary Man"? Provavelmente não, mas tê-lo na faixa é uma ideia de gênio. Primeiro por ser Elton John. E o segundo motivo é voltar ao primeiro. A introdução no piano já torna a faixa uma das campeãs desse ano. E Ozzy e Elton John formam uma boa dupla de veteranos que, em uma balada, conseguiram encontrar um ponto em comum para fazer uma boa música.

Outro bom momento do trabalho é a colaboração entre o vocalista e Post Malone, o mesmo compositor de "Sunflower", presente na trilha sonora do ótimo "Homem-Aranha: No Aranhaverso". O rapper, muito mais de uma vez, admitiu que é fã de metal e gosta das principais bandas do gênero, e não deixa de ser um belo golpe de marketing para atrair os fãs de Malone a, pelo menos, ouvir a música. Já os fãs de metal não vão gostar do rapper nem no dia em que vaca voar pelo céu gritando que viu um pato e uma galinha discutindo filosofia.

O resto do álbum não dá para dizer que é inédito, já que soa as mesma coisas que Ozzy gravou ao longo de toda carreira. Como já fizeram AC/DC e Motörhead, não dá para dizer que não agrada, porque vai agradar mesmo. E tem seus bons momentos. A abertura "Straight to Hell", todo peso de "All My Life" e bonita e poética "Today Is the End" que, aparentemente, é sobre tiroteios em massa nos Estados Unidos.

Ninguém no mundo tem direito de dizer se algum atleta, músico ou qualquer pessoa precisa se aposentar. Isso vai de cada um, e precisamos respeitar isso. Ozzy querer continuar gravando discos completos quando poderia viver de singles e do passado mostra que ainda existe alguma fagulha nele que mantém a vontade de fazer o que mais ama. Longe de ser brilhante, "Ordinary Man" é bom por justamente conseguir sintetizar o que nós aprendemos a gostar nos trabalhos do cantor. Se é ou não o último álbum ninguém sabe. É torcer para não ser.

Tracklist:

1 - "Straight to Hell"
2 - "All My Life"
3 - "Goodbye"
4 - "Ordinary Man" (featuring Elton John)
5 - "Under the Graveyard"
6 - "Eat Me"
7 - "Today Is the End"
8 - "Scary Little Green Men"
9 - "Holy for Tonight"
10 - "It's a Raid" (featuring Post Malone)
11 - "Take What You Want" (Post Malone featuring Ozzy Osbourne and Travis Scott)

Avaliação: bom



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