Dona Onete - "Rebujo"
Dona Onete é um desses fenômenos inexplicáveis na música mundial. Assim como alguns -- Charles Bradley para citar um bem recente --, ela só foi lançar seu primeiro álbum com uma idade bastante avançada, aos 74 anos. A história dela envolve um casamento que envolveu violência doméstica e repressão durante anos, e ela só se libertou quando ficou viúva. E quem ganhou foi a música brasileira, já que ela apresenta a cultura paraense de um jeito muito próprio, muito único. Aos 80 anos, ela parece ter pique de uma pessoa com todo tempo do mundo para fazer o que bem entender, e isso é mostrado em "Rebujo", terceiro álbum de estúdio. A linguagem popular dela lembra muito Reginaldo Rossi e outros artistas do que jocosamente ficou conhecido como "brega" nos anos 1970. Todo esse pessoal está longe de ser brega. Ao contrário, eles falaram, e falam, como poucos e com conhecimento de causa sobre um Brasil profundo que não passa na TV.
Avaliação: ótimo
Veja também:
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BIKE - "Quarto Templo"
Se tem uma banda brasileira que é muito boa e muito acima da maioria, essa banda é o BIKE. Eles lançaram três álbuns em três anos, mostrando uma efervescência criativa como poucas no período. Pouco mais de um ano depois, eles soltaram "Quarto Templo". E esse quarto trabalho em estúdio tem muita coisas dos anteriores, mas também apresenta elementos novos. Apesar de ser um pouco mais irregular do que o anterior, ainda assim, mostra que isso não é problema nesse trabalho ao conseguir mostrar que o BIKE está longe de esgotar seu repertório.
Avaliação: muito bom
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