Resenha: Pedro The Lion - Phoenix


Banda retornou após 15 anos sem discos de inéditas

Muitas bandas e artistas que pausaram as atividades estão retornando para aproveitar o 'boom' do saudosismo nos festivais de música por aí. Fundado por David Bazan em 1995, o Pedro The Lion anunciou o encerramento das atividades em 2006. Há pouco mais de seis meses, Bazan anunciou que estava de volta ao mundo da música com algo que ele chamaria de "David Bazan Band", mas acabou mudando de ideia e reformulou o Pedro The Lion para lançar "Phoenix", quinto disco de estúdio. Álbum é sucessor de "Achilles Heel" (2004), o então último trabalho da banda.

"Phoenix" começa com a delicada faixa instrumental chamada "Sunrise". Com pouco mais de um minuto, ela funciona como abertura para "Yellow Bike" – canção que realmente abre o disco. A letra trata da solidão de ter uma coisa – uma bicicleta –, mas sentir que ainda falta alguma coisa. Muitos dizem que Bazan fez algo autobiográfico porque, depois de anos tocando sozinho, ele reformulou a banda antiga. Para quem gosta de American Football, a faixa – e o disco todo – tem essa pegada.

Veja também:
Resenha: Deerhunter - Why Hasn't Everything Already Disappeared?
Resenha: Anderson .Paak - Oxnard
Resenha: Julia Holter - Aviary
Resenha: Jeff Tweedy – WARM
Resenha: Nile Rodgers & Chic – It’s About Time
Resenha: Baco Exú do Blues – Bluesman
Resenha: Autoramas – Libido


Já "Clean Up" parece muito um tratado adulto, uma carta sobre como deixar a adolescência e assumir as responsabilidades vêm com tudo. Tudo é uma bagunça – no sentido mental e literal –, então limpar ambis é fundamental. Se a grudenta "Powerful Taboo" tem um tom misterioso, a bonita "Model Homes" mostra um arranjo muito delicado e "Piano Bench" tem um tom religioso para apresentar uma letra curta e melancólica.

Sétima faixa, "Circle K" soa como uma recordação contada em forma de música e, a citar a bicicleta amarela do começo, conecta o disco inteiro como se fosse uma imensa história. O quebra-cabeça sobre o trabalho ser uma autobiografia musicada tem a última peça colocada quando entra "Quietest Friend", um pedido de desculpas por uma brincadeira de mau gosto feita em um colega de escola há 30 anos.

A sequência formada por "Tracing The Grid" e "Black Canyon" trazem histórias muito pessoais e de tom melancólico – a segunda traz detalhes fortes de um acidente de caminhão. Encaminhando para o final, "My Phoenix" fala sobre o ressurgimento, de como as coisas podem estar mal e, de uma hora para outra, o sofrimento acaba. Por fim, "All Seeing Eye" e "Leaving The Valley" – uma grande faixa dividida em duas partes – fecham o disco com destaque para a última faixa, uma das melhores do álbum.

O retorno de Pedro The Lion gerou muita curiosidade, principalmente para tentar saber como a banda voltaria. O retorno veio em um disco melancólico e recheado de letras sobre o passado, reflexões e pedidos de desculpas por acontecimentos de muito tem atrás. É uma grata surpresa saber que ainda tem gente interessada em fazer música desse tipo. E que, cada vez mais, estou aprendendo a gostar.

Tracklist:

1. "Sunrise"
2 - "Yellow Bike"
3 - "Clean Up"
4 - "Powerful Taboo"
5 - "Model Homes"
6 - "Piano Bench"
7 - "Circle K"
8 - "Quietest Friend"
9 - "Tracing The Grid"
10 - "Black Canyon"
11 - "My Phoenix"
12 - "All Seeing Eye"
13 - "Leaving The Valley"

Avaliação: muito bom




Siga o blog no Twitter Twitter e no Facebook e assine o canal no YouTube. Compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Saiba como ajudar o blog a continuar existindo

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!

Continue no blog: