Resenha: Courtney Barnett – Tell Me How You Really Feel


Segundo disco de estúdio da guitarrista foi lançado na última sexta-feira (18)

Courtney Barnett tem apenas 30 anos, mas já dá para considerá-la uma das melhores guitarristas dos últimos anos. E ela ainda tem o bônus de fazer boas letras, e conseguiu juntar tudo isso no ótimo primeiro disco de estúdio Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit (2015). No último ano, ela juntou-se com Kurt Vile no bom Lotta Sea Lice, uma união que deve ter ficado ainda melhor nos palcos.

O segundo trabalho da carreira solo, chamado Tell Me How You Really Feel, começa com "Hopefulessness". O início delicado mostra o tom delicado ajuda a entender um pouco a letra da faixa, sobre como as pessoas vão mudando ao longo do tempo e passam a odiar mais do que no início da vida. O minuto final quase todos instrumental serve para ajudar a apresentar "City Looks Pretty", que usou um andamento bem animado no começo para falar sobre solidão nas grandes cidades. Depois, a coisa muda de figura e um lado mais melancólico disso tudo aparece.

Veja também:
Resenha: Lake Street Dive – Free Yourself Up
Resenha: Leon Bridges – Good Thing
Resenha: Ben Harper e Charlie Musselwhite – No Mercy in This Land
Resenha: Manic Street Preachers – Resistance Is Futile
Resenha: Tal National – Tantabara
Resenha: Ty Segall – Freedom's Goblin
Resenha: Jack White – Boarding House Reach


A animada "Charity" consegue falar sobre insegurança de maneira muito simples e didática – Barnett é muito boa em conseguir colocar em palavras alguns assuntos difíceis – e "Need a Little Time" entra naquele grupo de canções bonitinhas que tem chance de fazer parte de algum filme indie em pouco tempo.

"Nameless, Faceless" temos no refrão ("Eu quero andar pelo parque no escuro/ Os homens estão com medo de que as mulheres vão rir deles/ Eu quero andar pelo parque no escuro/ As mulheres estão com medo de que os homens as matem") uma citação indireta a Margaret Atwood, autora do Conto de Aia – livro que virou a série The Handmaid's Tale –, para falar sobre as diferenças entre homens e mulheres.

Bem crua e com menos de dois minutos, "I'm Not Your Mother, I'm Not Your Bitch" tem na guitarra a força para falar sobre não ser babá de ninguém no mundo, enquanto "Crippling Self-Doubt and a General Lack of Confidence" é mais melódica à Pixies nos melhores momentos. E "Help Your Self" é uma boa balada com um ótimo solo de guitarra. As duas últimas faixas reservam duas baladas (a agitada "Walkin' on Eggshells" e a delicada "Sunday Roast").

Barnett entrega o disco que esperava dela: boas letras, arranjos que misturam delicadeza e partes mais agitadas. E assim ela segue como um dos bons nomes para se acompanhar, já que todo talento demonstrado anteriormente amadureceu em um trabalho pronto para agradar quem está perto ou já passou dos 30 anos (e gosta desse tipo de álbum, claro).


Tracklist:

1 - "Hopefulessness"
2 - "City Looks Pretty"
3 - "Charity"
4 - "Need a Little Time"
5 - "Nameless, Faceless"
6 - "I'm Not Your Mother, I'm Not Your Bitch"
7 - "Crippling Self-Doubt and a General Lack of Confidence"
8 - "Help Your Self"
9 - "Walkin' on Eggshells"
10 - "Sunday Roast"

Avaliação: muito bom



Me siga no Twitter e no Facebook e assine o canal no YouTube. Compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Saiba como ajudar o blog a continuar existindo

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!