Resenha: Tal National – Tantabara


Grupo do Níger disponibilizou recentemente o terceiro trabalho de estúdio

Uma das boas vantagens de ter um blog sobre música é não ficar focado em apenas bandas do meu gosto particular – já teria fechado e estaria fazendo outra coisa. Explorar esse mundo musical que a tecnologia nos deu recentemente é a melhor coisa para não ficar entediado. Uma dessas coisas boas foi descobrir o Tal National, em 2015, no lançamento de Zoy Zoy – segundo álbum de estúdio. Em fevereiro deste ano, eles disponibilizaram o novo trabalho, chamado Tantabara.

Pela qualidade do disco anterior, era impossível não criar expectativa no lançamento. Pois a faixa-título já entrega toda essa qualidade dessa banda, que entregou uma novidade e tanto: dos sete membros fixos, todos cantam ao longo de oito faixas. Um ponto a prestar atenção é como o groove da guitarra ajuda na construção do ritmo e ajuda a criar esse clima dançante.

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Em "Belles Reines", podemos ver com mais clareza o som tradicional do Níger aliado com a guitarra popularizada no Ocidente. Aliás, um grande trunfo da nova geração de músicos africanos é ter resgatado os ritmos locais e suas idiossincrasias com as técnicas e instrumentos populares mundialmente. Nessa segunda faixa, é difícil não notar uma influência do rock de Jimi Hendrix, mas não é uma mera cópia. Ao contrário, o tom de originalidade com o acréscimo da música local faz muita diferença.

A banda mostra que consegue trabalhar de dois jeitos distintos: com muita velocidade ("Entente") e usando elementos mais "estranhos" aos ouvidos não acostumados, e mais calma e cheia de referências locais ("Duniya"). São duas canções completamente diferentes, mas servem para mostrar uma imensa qualidade musical. E a seguinte, "Akokas", há um momento com um solo de guitarra na medida certa para não parecer exibicionismo de quinta categoria.

Não é possível saber se existiu a intenção de transformar "Pama" em uma espécie de símbolo do tipo de música feita pelo grupo. Se existiu, eles estão de parabéns. São pouco mais de seis minutos de pura exaltação ao Níger, país de origem, e aos músicos locais. E o clima religioso aparece mais claramente em "Trankil", enquanto a música local fica mais clara aos ouvidos em "Aminiata" – a última faixa do álbum.

O bom de colocar expectativa em banda boa é que ela (quase) nunca decepciona. Esse novo álbum do Tal National é um pouco mais suave no uso da música da África Ocidental, mas vai aquecendo o ouvinte até a parte final. Daí, praticamente, somos quase membros do grupo e estamos completamente envolvidos na audição. Um disco para ser ouvido e divulgado por aí.


Tracklist:

1 - "Tantabara"
2 - "Belles Reines"
3 - "Entente"
4 - "Duniya"
5 - "Akokas"
6 - "Pama"
7 - "Trankil"
8 - "Aminiata"

Avaliação: excelente



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