Resenha: Tal National - Zoy Zoy


Formado no Níger, o Tal National é uma banda que usa sem dó nem piedade os ritmos africanos de sua região. Isso é tão forte em suas canções, que eles são categorizados como West-African music (música africana do Oeste, em tradução literal). Colocados na chamada “música africana moderna”, a banda tornou-se a mais popular do país e uma das mais reconhecidas fora da África – recentemente, eles fizeram uma turnê pelos Estados Unidos.

Primeira canção, justamente a faixa-título, traz um soul africanizado, vamos dizer assim. Cheio de ritmo e ginga, é muito difícil não se encantar de cara pelo grupo. As referências rítmicas na melodia, o vocal com a levada tradicionalmente africana e o vocal de apoio fazendo seu papel dão o tom desse início arrasador para ganhar o ouvinte de primeira, mesmo cantando em francês.

"Koana" é ainda mais tradicional do que a anterior, só que usa mais um riff de guitarra para ajudar no andamento dessa faixa extremamente dançante e cheia de gingado. Não precisa ser um gênio da audição para perceber a influência da música africana no jazz americano, ainda mais quando "Claire" começa. Claramente, é uma união dos dois mundos.

"Sey Wata Gaya" retorna o álbum para algo mais regional – todas as canções foram gravadas no Níger usando um equipamento velho e ultrapassado – e dentro do que os membros do grupo ouviram ao longo de suas vidas. O interessante é "Farila" é a sensação de ouvi-la e fazer parte de alguma coisa, um movimento ou qualquer coisa do tipo, durante os pouco mais de seis minutos de música.

Impressiona bastante o ritmo absurdo da bateria e da percussão em "Tenere", e isso leva a faixa durante todo tempo. O clima criado por "Kodaje" e "Saraounia" duas últimas canções do disco, é maravilhoso e bem-vindo por conseguir colocar o ouvinte dentro da atmosfera de um ritmo africano.

Gravando em um lugar sem recursos, sem lojas de instrumentos e sem estúdios de gravação – o baterista faz suas próprias baquetas, por exemplo – a música feita pelo Tal National é algo primoroso e nos remete às belezas que a África pode nos dar musicalmente. É um dos grandes discos do ano, sem dúvida.

Tracklist:

1 - "Zoy Zoy"
2 - "Koana"
3 - "Claire"
4 - "Sey Wata Gaya"
5 - "Farila"
6 - "Tenere"
7 - "Kodaje"
8 - "Saraounia"

Nota: 5/5


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