Resenha: Guilherme Arantes – Flores & Cores


Cantor lança o segundo disco de estúdio de seu "retorno"

Em 2013, Guilherme Arantes soltou o primeiro trabalho de inéditas em muitos anos – mesmo sem estar sumido, não havia muita notícia da produção musical de Arantes. Condição Humana trazia um compositor muito afinado com os temas pulsantes daquele momento e mais em forma do que nunca em seu piano. Quatro anos depois, com uma turnê bem recebida pelo público, ele lança Flores & Cores, o 21º trabalho de estúdio.

Um jovem que deseja aprender sobre como compor uma música de ótimo apelo ao público pode começar a lição por "A Árvore da Inocência". De melodia suave e feita para bater o pé em qualquer lugar, a faixa é muito Guilherme Arantes – no sentido de ouvir e saber que é dele logo de cara. E "Semente da Maré" já nasce com cara de clássico, uma canção das mais bonitas feitas pelo pianista. A temática em falar sobre refugiados em um período dos mais difíceis recentes nesse aspecto é de bom tom, que ele acerta em cheio mais uma vez.

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A balada romântica "Flores e Cores" é bem bonitinha, já "Meu Jardim do Éden" tem cara de final de disco, mas parece no primeiro terço. O arranjo mais pesado ajuda a carregar um pouco as tintas na melancólica letra. Na linha da esperança, cada vez menos presente na vida das pessoas, "A Simplicidade É Feliz" é outra que só poderia vir de alguém como Guilherme Arantes. Do tom otimista aos arranjos, só ele parece ser capaz de acreditar nos outros e fazer canções assim.

A sequência formada por "Sodoma e Babel" e "Numa Onda (Nada no Mar)" mostra como Arantes pode fazer duas faixas antagônicas entre si, porém com sentido dentro da proposta. Aliás, a segunda tem um arranjo dos mais bonitos. Outra que não agrada muito, "Happy Days" é sucedida pela balada 'oitentista' "Chama de um Grande Amor", outra com ótimo potencial para sobreviver ao tempo.

"Praia Linda" também tem um quê de música feita há quase 40 anos que tem lá seu charme, porém o destaque da parte final é "Santiago", uma faixa de emocionar. E o "Mais Raro Tesouro" coloca Arantes usando ritmos latinos para construir uma boa canção romântica para fechar o trabalho.

Arantes consegue, mais uma vez, entregar um disco muito competente e ligeiramente melhor que o anterior, algo louvável. O resultado disso é ter o prazer de ouvir mais um bom trabalho do cantor.

Tracklist:

1 - "A Árvore da Inocência"
2 - "Semente da Maré"
3 - "Flores e Cores"
4 - "Meu Jardim do Éden"
5 - "A Simplicidade É Feliz"
6 - "Sodoma e Babel"
7 - "Numa Onda (Nada no Mar)"
8 - "Happy Days"
9 - "Chama de um Grande Amor"
10 - "Praia Linda"
11 - "Santiago"
12 - "Mais Raro Tesouro"

Nota: 3,5/5



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