Resenha: Far From Alaska – Unlikely


Banda brasileira gravou disco nos Estados Unidos

Dessa nova geração de bandas surgidas nos últimos cinco anos, é impossível não citar o Far From Alaska como uma das que conseguiu ocupar um lugar legal na cena. Se ainda não toca para milhares de pessoas, ao menos eles têm um público fiel o suficiente para acompanhá-los nas turnês e nos lançamentos. Não foi diferente em Unlikely, apenas o segundo disco de estúdio – o primeiro, modeHuman, foi um dos melhores de 2014.

Gosto de bandas que mostram tudo que podem logo na primeira faixa, como é o Far From Alaska em "Cobra". Ser barulhenta e pesada é uma ótima mostra de como essa banda de Natal que canta em inglês tem boas influências na hora de fazer suas músicas. Se "Bear" consegue manter o embalo da anterior, "Flamingo" usa mais de recursos como sintetizadores como um bom aliado para ajudar na construção da empolgante e grudenta faixa.

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Apesar de as canções terem um lado instrumental dos mais pesados, há espaço no álbum para algo mais leve. "Pig" traz a ambiguidade do desejo de proteção e de crescimento ao mesmo tempo, enquanto "Elephant" é uma balada – balada ao estilo Far From Alaska, que fique claro – bem suave na melodia e melancólica por parte do vocal. Bem construída, também é um dos destaques do álbum, e "Monkey" retoma o ritmo e peso do início com bastante competência e até com espaço para experimentar um pouco.

Em "Pelican", a banda mostra como é importante ir construindo a melodia e letra para o ouvinte ir se aproximando do clímax do refrão. E, ao chegar nele, quem está ouvindo se surpreenderá com a potência e com o fato de eles terem conseguido energia para chegar no volume máximo nessa parte. "Pizza" começa bem alto, mas vira completamente até ganhar um clima futurista-dançante dos mais animados, diferente da suave e cheia de nuances "Armadillo".

"Rhino" e "Slug" trazem um lado mais experimental que, melhor trabalhado, pode gerar alguma coisa interessante no futuro. E a bonita, "suja" e com tudo que tem direito "Coruja" encerra o disco.

Se o Far From Alaska não fez nenhum disco brilhante em sua curta trajetória, não dá para não falar que a banda não tem regularidade. Porque eles têm. E muito mais do que um trabalho genial e outros péssimos, o importante é tentar manter uma linha legal de trabalho. Nesse segundo álbum, eles cumprem bem esse quesito e mantêm a mesma qualidade da estreia. Que continuem assim.

Tracklist:

1 - "Cobra"
2 - "Bear"
3 - "Flamingo"
4 - "Pig"
5 - "Elephant"
6 - "Monkey"
7 - "Pelican"
8 - "Pizza"
9 - "Armadillo"
10 - "Rhino"
11 - "Slug"
12 - "Coruja"

Nota: 3,5/5



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